domingo, julho 27, 2025
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Astrônomos resolvem o mistério do escurecimento de 6 anos da Betelgeuse ao detectar uma estrela companheira secreta.

Astrônomos conseguiram, pela primeira vez, capturar imagens diretas de uma estrela companheira, há muito teoricamente associada a Betelgeuse, a supergigante vermelha conhecida por suas dramáticas variações de brilho visíveis a olho nu. Acredita-se que essa companheira elusiva seja a responsável pelo enigmático ciclo de escurecimento de seis anos de Betelgeuse, um mistério que já perdura por mais de mil anos. A nova configuração do sistema estelar, que inclui Betelgeuse se aproximando gradualmente do fim de sua vida e uma companheira azul-branca em órbita próxima, pode também prenunciar um evento de canibalismo cósmico no futuro distante.

### Telescópio Gemini Revela Companheira Oculta de Betelgeuse, Solucionando Mistério Estelar Antigo

De acordo com um anúncio da NASA, a detecção foi viabilizada por meio de observações do telescópio Gemini Norte, no Havaí, utilizando o instrumento ‘Alopeke. O cientista responsável, Steve Howell, do Centro de Pesquisa Ames da NASA, credita a alta resolução angular e a técnica de imagem por speckle do telescópio pelo avanço. Tentativas anteriores com o Telescópio Espacial Hubble e o Observatório de Raios X Chandra não conseguiram revelar a companheira. No entanto, as imagens de curta exposição do Gemini conseguiram atravessar as distorções atmosféricas e resolver a fraca estrela parceira.

A equipe descobriu que essa companheira tem aproximadamente 1,5 vezes a massa do Sol e orbita a apenas quatro unidades astronômicas de Betelgeuse—cerca de quatro vezes a distância entre a Terra e o Sol. Isso faz dela a companheira mais próxima de uma supergigante vermelha já observada, existindo profundamente na atmosfera expandida de Betelgeuse. Os cientistas acreditam que a companheira ainda não iniciou a fusão de hidrogênio, sugerindo que permanece em um estágio estelar inicial.

Embora as duas estrelas tenham se formado simultaneamente, suas linhas do tempo evolutivas diferem drasticamente devido à massa. Betelgeuse, que é 700 vezes maior que o Sol, envelheceu rapidamente, enquanto a estrela menor continua jovem. Essa disparidade também prepara o cenário para um desfecho sombrio: forças gravitacionais podem eventualmente puxar a companheira para dentro de Betelgeuse, um destino previsto para se concretizar dentro dos próximos 10.000 anos.

A detecção não apenas esclarece o enigmático escurecimento pulsante de Betelgeuse, mas também oferece aos astrônomos um novo caminho para estudar a evolução estelar em supergigantes vermelhas. Outra observação clara da companheira é esperada para novembro de 2027, quando ela atinge a máxima separação de Betelgeuse. Os achados foram publicados em 21 de julho em dois artigos na revista The Astrophysical Journal.

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