segunda-feira, julho 28, 2025
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Bioplástico produzido a partir de algas supera teste de pressão de Marte, aumentando as esperanças para habitats no Planeta Vermelho.

Em um avanço significativo para a viagem espacial sustentável, pesquisadores conseguiram cultivar algas dentro de bioplásticos biodegradáveis, mimetizando as condições extremas do ambiente marciano. O experimento visava avaliar como materiais feitos de ácido polilático poderiam manter condições habitáveis em Marte, onde a pressão atmosférica é inferior a 1% da da Terra. Esse é um passo importante para o desenvolvimento de habitats autossustentáveis para a parte humana das expedições, que exigem sistemas biológicos regenerativos em vez de custosas missões de reabastecimento da Terra.

De acordo com um estudo publicado na revista Science Advances, uma equipe de pesquisa liderada por Robin Wordsworth, da Universidade de Harvard, demonstrou que a alga verde Dunaliella tertiolecta não só sobreviveu, mas também realizou fotossíntese dentro de câmaras impressas em 3D, projetadas para replicar a fina atmosfera rica em dióxido de carbono de Marte. A câmara de bioplástico também protegeu as algas da radiação ultravioleta, permitindo luz suficiente para a atividade biológica. A água líquida foi estabilizada usando um gradiente de pressão dentro da câmara.

Os pesquisadores destacaram que os bioplásticos oferecem vantagens distintas em relação aos materiais industriais tradicionais, que são difíceis de reciclar ou transportar no espaço. Como o ácido polilático é derivado de fontes naturais, pode ser fabricado ou regenerado no local usando algas, estabelecendo um ciclo autossustentável. “Se você tiver um habitat composto de bioplástico que cultive algas, essas algas poderiam produzir mais bioplástico”, observou Wordsworth.

Esse experimento mais recente baseia-se em trabalhos anteriores da equipe envolvendo aerogel de sílica que replicaram as condições de estufa da Terra. Ao combinar sistemas de bioplástico à base de algas para regeneração de materiais com aerogéis para controle térmico e atmosférico, a equipe vê um caminho viável para a habitação extraterrestre de longo prazo. O sucesso das câmaras em condições semelhantes às de Marte reforça a possibilidade de utilizar materiais de origem biológica para sustentar a vida além da Terra.

Em experimentos futuros, esses sistemas serão testados em condições de vácuo mais severas, visando eventualmente beneficiar a exploração espacial humana e gerando aplicações também na Terra, afirmou Wordsworth, que defende que essa tecnologia pode proporcionar benefícios colaterais.

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