Brasil Reforça Compromisso com a Equidade de Gênero e Resiliência Climática na ONU
Em um evento significativo que marca os 30 anos da 4ª Conferência Mundial sobre Mulheres e a adoção da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) represente o Brasil em uma discussão crucial na sede da ONU, em Nova York. O diálogo, centrado no painel “Mulheres na Linha de Frente da Resiliência Climática e Gestão de Riscos de Desastres”, abordou a vital importância da contribuição feminina na mitigação de riscos e na gestão de desastres.
Durante a 69ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher, a chefe de gabinete do MIDR, Marilene Nascimento, destacou a necessidade de integrar uma perspectiva de gênero em todas as etapas da gestão de desastres. "É fundamental que ultrapassamos a barreira dos números e implementemos os objetivos do Plano de Ação de Gênero do Marco de Sendai", afirmou Nascimento. Ela também ressaltou a necessidade de cuidar de quem cuida em situações de desastre, demonstrando um comprometimento com a saúde e bem-estar das mulheres que atuam na linha de frente.
Aline Marsicano Figueiredo, Gerente de Projetos do Escritório Regional da ONU para a Redução do Risco de Desastres, enfatizou a disparidade existente nas consequências dos desastres naturais. Segundo ela, as mulheres têm 14 vezes mais chances de morrer em desastres do que os homens, devido a desigualdades estruturais que limitam seu acesso a recursos, informações e participação nos processos decisórios.
O evento também abordou a importância do setor privado na construção de resiliência, destacando seu papel não apenas como uma parte impactada pelos desastres, mas como um agente ativo na mitigação de riscos e no fortalecimento das comunidades afetadas.
Além de participar do painel, o MIDR está implementando um Comitê Permanente de Gênero, Raça e Diversidade, buscando não apenas discutir a igualdade de gênero, mas agir de forma efetiva na promoção dessas questões. O próximo passo será o aprofundamento de debates sobre a erradicação da fome e desigualdades em um painel que contará com a participação da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Com temas como "Um futuro sustentável e equitativo: Justiça Climática e Empoderamento das Mulheres" em pauta para os próximos meses, o Brasil visa reafirmar seu compromisso com a equidade de gênero no contexto das mudanças climáticas e da resiliência.
Perguntas e Respostas
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Por que a integração da perspectiva de gênero é importante na gestão de desastres?
- A integração da perspectiva de gênero é crucial porque as mulheres enfrentam riscos desproporcionais em situações de desastre, com 14 vezes mais chances de morrer que os homens, devido a desigualdades estruturais. Isso exige que suas necessidades e experiências sejam levadas em consideração para uma gestão eficaz.
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Quais são as principais ações do MIDR para promover a equidade de gênero?
- O MIDR está implementando um Comitê Permanente de Gênero, Raça e Diversidade e promovendo a participação ativa de mulheres em decisões relacionadas a riscos e desastres, além de participar ativamente de debates na ONU e outros eventos.
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Como a participação das mulheres pode impactar a resiliência de comunidades afetadas por desastres?
- As mulheres, quando integradas às tomadas de decisão e ao planejamento, trazem experiências e conhecimentos essenciais que ajudam a construir comunidades mais resilientes, facilitando uma resposta mais eficaz e adaptada às realidades locais.
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Qual o papel do setor privado na construção da resiliência climática?
- O setor privado desempenha um papel estratégico, pois pode contribuir para a mitigação de riscos e fortalecer a capacidade de resposta nas comunidades onde atua. Demandas do mercado que respeitam e promovem a equidade de gênero podem também transformar a resiliência.
- Quando acontecerão os próximos painéis relacionados ao empoderamento das mulheres?
- Os próximos painéis incluirão discussões sobre a erradicação da fome, justiça climática e empoderamento das mulheres, previstos para os dias 13, 14 e 17 de março de 2025, na sede da ONU em Nova York, com transmissão online.