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IPCC Formaliza Diretrizes Científicas dos Três Grupos de Trabalho em Reunião Decisiva

Brasil no Sétimo Ciclo de Avaliação do IPCC: A Inclusão de Saberes Indígenas e o Uso da Inteligência Artificial

Entre os dias 24 e 28 de fevereiro de 2025, a cidade de Hangzhou, na China, foi o palco da 62ª sessão plenária do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Neste encontro, representantes de diversos países, incluindo o Brasil, aprovaram o escopo científico dos três principais grupos de trabalho que atuarão no Sétimo Ciclo de Avaliação do IPCC. O evento marca um passo significativo nas estratégias globais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Durante a sessão, o Brasil foi representado pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e das Relações Exteriores (MRE). O diretor do IPCC, Jim Skea, destacou a importância do evento ao afirmar que agora é possível reunir as equipes de autores e iniciar os trabalhos do novo ciclo, que deve resultar em relatório final previsto para 2029.

Os três grupos de trabalho abrangem áreas cruciais como a base científica da mudança climática, os impactos, vulnerabilidade e adaptação, e a mitigação das mudanças climáticas. A definição destes escopos foi realizada em uma reunião anterior, em Singapura, e agora recebeu a validação governamental necessária. O diplomata Pedro Ivo Ferraz da Silva, representante do MRE, sublinhou que as discussões foram intensas e revelaram a necessidade de equilibrar os interesses de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Os relatórios produzidos por cada grupo de trabalho têm como objetivo fornecer aos governos informações científicas essenciais para a formulação de políticas climáticas. Além dos clássicos relatórios de avaliação, o Sétimo Ciclo incluirá também novas abordagens, como um relatório especial sobre cidades e mudança do clima, além de metodologias sobre forçantes climáticas e tecnologias de captura e armazenamento de carbono.

Um elemento inovador discutido durante a plenária foi a inclusão de conhecimentos indígenas e a aplicação de inteligência artificial (IA) no processo de avaliação do conhecimento sobre mudanças climáticas. Márcio Rojas, coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, ponderou sobre os desafios que o IPCC tem enfrentado ao incorporar conhecimentos que são cada vez mais diversificados e complexos. “A obrigatoriedade de uma abordagem abrangente e precisa é essencial, especialmente considerando a crescente gravidade dos eventos climáticos”, disse.

O uso de inteligência artificial também se apresentou como uma ferramenta promissora para ajudar cientistas a lidar com a crescente produção científica sobre clima, permitindo uma análise mais robusta e aprofundada. Com o aumento exponencial de artigos a serem considerados, a IA pode se tornar um recurso vital na sistematização e avaliação do conhecimento acumulado sobre as mudanças climáticas.

A incorporação de saberes locais e a tecnologia emergente fazem parte de um esforço mais amplo para tornar as futuras avaliações do IPCC mais inclusivas e eficazes, refletindo uma diversidade de perspectivas e soluções.

Perguntas e Respostas Frequentes

1. O que é o IPCC?
O IPCC é o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, uma organização que avalia a ciência relacionada às mudanças climáticas. Sua principal função é fornecer informações básicas para o desenvolvimento de políticas climáticas globais.

2. Qual é a importância do Sétimo Ciclo de Avaliação?
O Sétimo Ciclo de Avaliação irá compilar as mais recentes pesquisas científicas sobre mudanças climáticas, oferecendo dados críticos que ajudem os governos a formular políticas eficazes para mitigar os impactos da mudança climática.

3. Como a inteligência artificial será utilizada no trabalho do IPCC?
A inteligência artificial poderá ajudar a sistematizar e avaliar a crescente quantidade de literatura científica sobre mudanças climáticas, permitindo uma análise mais abrangente e profunda dos estudos relevantes.

4. Qual é o papel do conhecimento indígena nas novas avaliações climáticas?
O conhecimento indígena será incorporado como uma abordagem complementar nas discussões sobre mudanças climáticas, reconhecendo a sabedoria tradicional e as práticas sustentáveis dos povos indígenas que podem contribuir para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

5. Quando será publicado o relatório final do Sétimo Ciclo de Avaliação?
O relatório final do Sétimo Ciclo de Avaliação está previsto para ser publicado em 2029.

Fonte
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