A divisão PlayStation da Sony pode passar por transformações significativas devido ao novo foco da empresa em serviços e entretenimento.
Durante a apresentação do relatório fiscal mais recente, a Sony reportou que, apesar de o PlayStation 5 (PS5) estar vendendo em um ritmo inferior ao do PS4, já foram comercializadas mais de 80 milhões de unidades do console. Essa informação, contudo, não significa que a empresa irá reduzir o foco em hardwares — embora não se deva esperar um abandono total deles.
Após a divulgação dos números, o vice-presidente Sadahiko Hayakawa respondeu a perguntas de investidores afirmando que a companhia “está migrando de um modelo de negócios centrado em hardware para um negócio de plataformas, que visa expandir a comunidade e aumentar o engajamento”.
Ele também apontou que a Sony está reestruturando suas dinâmicas internas para se tornar uma força criativa mais robusta. De acordo com o executivo, a divisão PlayStation, junto com os setores de música e cinema, representa mais de 60% das receitas totais da companhia.
O que isso significa para o PlayStation?
Embora as declarações de Hayakawa insinua que o PlayStation possa seguir o modelo do Xbox e se distanciar dos hardwares, a realidade pode ser bastante distinta. A Sony deve intensificar seus lançamentos multiplataforma, mas não deve abrir mão da exclusividade de jogos que lhe trouxe benefícios nos últimos anos.
O vice-presidente sênior indicou como a empresa planeja operar nos próximos anos. Em vez de produzir televisores, por exemplo, a Sony pretende oferecer câmeras digitais que ajudem os usuários a criar conteúdos. Similarmente, o foco deve aumentar em streaming de música e em conteúdos de animes.
Esse novo direcionamento resultou em investimentos recentes em empresas como Kadokawa e Bandai Namco. Embora ambas tenham produção de games, o interesse maior da Sony reside em seus catálogos de animações, que podem fortalecer plataformas como o popular Crunchyroll.
Ainda assim, a possibilidade de que a Sony altere sua divisão PlayStation não pode ser totalmente descartada, especialmente se isso resultar em um aumento de receita. Nessa perspectiva, a única empresa no setor de games que provavelmente continuará seguindo as “regras antigas” é a tradicional Nintendo.
Fonte: Sony