quinta-feira, agosto 14, 2025
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CGEE participa de workshop sobre diplomacia científica voltada para o desenvolvimento sustentável.

O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que faz parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sediou, na terça-feira (6), o primeiro dia do workshop “Introdução à Diplomacia Científica para o Desenvolvimento Sustentável: prioridades regionais da América Latina rumo à COP30”. O evento reuniu autoridades nacionais e internacionais para discutir uma agenda estratégica voltada ao fortalecimento da cooperação científica na região. O objetivo é apresentar, de forma inicial, os conceitos da diplomacia científica, seus principais protagonistas, instrumentos e modalidades de atuação, com ênfase nas contribuições ao desenvolvimento sustentável e na articulação internacional em contextos de desigualdade e vulnerabilidade.

Organizado pelo CGEE e promovido pelo MCTI em parceria com o Instituto Interamericano para Pesquisas sobre Mudanças Globais (IAI), o evento terá sua programação até sexta-feira (8), com painéis que contam com especialistas de diversos países e instituições, discutindo conceitos, práticas e experiências em diplomacia científica, tanto bilateral quanto multilateral.

Na abertura, o diretor-presidente do CGEE, Fernando Rizzo, enfatizou a relevância da diplomacia científica como uma ponte entre ciência, tecnologia, inovação e relações internacionais, recordando a trajetória do Centro nesse campo, que inclui uma série de debates realizados em 2024. Foram sete encontros temáticos, abordando desde a atuação do BRICS e a integração latino-americana até o papel da diáspora brasileira, inteligência artificial e os efeitos da COP29 nesse contexto.

“O CGEE se preparou ativamente para a agenda de hoje e estamos muito satisfeitos em recebê-los. É um momento importante para o Centro realizar este evento. Agradeço a presença de todos, tanto do Brasil quanto de outros países, para dias de trabalho colaborativos e produtivos”, disse.

O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MCTI, Carlos Matsumoto, mencionou que a intenção inicial do workshop era oferecer formação específica para colaboradores da pasta, mas a proposta acabou sendo ampliada.

“Sabemos que o MCTI tem um forte componente internacional. Não se realiza ciência, tecnologia e inovação sem colaboração internacional”, afirmou.

Segundo ele, o workshop foi pensado como uma oportunidade para que gestores públicos e representantes de instituições brasileiras e estrangeiras se reconheçam nas práticas diárias da diplomacia científica. “Estou certo de que todos aqui fazem diplomacia científica, mesmo que não percebam sua atividade dessa forma”, concluiu.

A diretora executiva do IAI e diretora do Centro de Diplomacia Científica da instituição, Marcela Ohira, destacou a importância da diplomacia científica como um eixo de integração regional, afirmando que o IAI está à disposição para fomentar colaborações bilaterais e multilaterais frente aos grandes desafios regionais, como a crise climática. “A diplomacia científica é uma atividade do IAI desde sua criação, representando os 19 governos em termos de agenda científica, em consulta com governos e a comunidade científica”, enfatizou.

Painéis

O primeiro painel, “Diplomacia Científica: Conceitos”, introduziu o tema como uma abordagem estratégica e multifacetada que conecta ciência, política externa e cooperação internacional. A sessão ofereceu uma visão panorâmica sobre os fundamentos históricos, conceituais e institucionais da diplomacia científica, com destaque para experiências brasileiras e internacionais. Participaram representantes da American Association for the Advancement of Science (AAAS), Estefania Ortiz; da Geneva Science and Diplomacy Anticipator (Gesda), Marga Gual Soler; do Ministério de Relações Exteriores (MRE), Eugênio Garcia; e do Center for American Progress (CAP), Frances Colón, que ressaltaram aspectos da origem, dimensões, abordagens e perspectivas sobre o tema.

No segundo painel, as práticas de diplomacia científica foram discutidas em um contexto de profundas transformações sociais, ambientais e tecnológicas do século XXI. Os participantes analisaram como a diplomacia científica tem sido mobilizada como ferramenta estratégica para promover o desenvolvimento sustentável, proteger a biodiversidade, reduzir desigualdades e fortalecer a articulação regional.

O diálogo incluiu as contribuições de Ortiz, além dos especialistas da Academies of Sciences, Engineering, and Medicine (NASEM), Franklin Carrero-Martínez; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Dalila Andrade Oliveira; e da vice-presidente da Subsidiary Body for Scientific and Technological Advice (SBSTTA) e da Delegação da República Dominicana para a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), Carol Franco.

Ao discutir os novos arranjos colaborativos, o impacto da diplomacia científica em políticas públicas e a cooperação internacional, Dalila Andrade, do CNPq, destacou o potencial do Brasil como um país produtor de ciências, mas que deve enfrentar o desafio da cooperação com o Sul Global.

A programação do primeiro dia do workshop ainda incluiu um painel sobre “Diplomacia Científica: práticas bilaterais e multilaterais”, com a participação de Carlos Matsumoto, que falou sobre a atuação internacional do MCTI e as ferramentas brasileiras de diplomacia científica. A sessão contou também com palestras da representante da Organização dos Estados Ibero-Americanos, Karina Pombo, que abordou experiências passadas em diplomacia científica bilateral e multilateral no governo argentino; e do representante da Secretaria Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Panamá, Franklyn Morales, que discutiu “Diplomacia científica e prioridades nacionais na cooperação regional”.

Com informações do CGEE

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