A Apple será obrigada a permitir que navegadores de terceiros funcionem sem depender de seu motor WebKit no iOS, conforme uma nova lei comunicada pelo Japão. A medida, que entrará em vigor em dezembro, é uma tentativa do país de coibir as alegadas práticas anticompetitivas da gigante da tecnologia. Assim como na União Europeia, navegadores como Firefox, Microsoft Edge e Opera poderão oferecer acesso a motores de navegação alternativos, como Blink e Gecko.
De acordo com as Diretrizes da Lei de Concorrência de Software Móvel do Japão (MSCA), elaboradas pela Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC), as restrições da Apple, que permitem apenas o uso do motor WebKit, são consideradas anticompetitivas. Segundo o regulador, isso impossibilita que outros navegadores, como Google Chrome, Opera, Microsoft Edge e Firefox, implementem seus próprios motores de navegação.
Atualmente, o Google Chrome, Mozilla Firefox, Opera e outros navegadores disponíveis no iOS são obrigados a usar o motor WebKit. Em outras plataformas, como o Android, navegadores como Chrome, Edge e Opera utilizam o motor Blink, enquanto o Firefox utiliza Gecko.
Entretanto, esta não é a primeira vez que a Apple é obrigada a oferecer opções de navegadores. Em 2024, a gigante de Cupertino lançou a atualização iOS 17.4, que permitiu a integração de motores de navegadores de terceiros na União Europeia, em decorrência da Lei dos Mercados Digitais. Porém, a Apple impôs restrições regionais rigorosas que dificultaram o desenvolvimento do Gecko e de outros motores de navegação no iOS.
A mesma atualização introduziu o suporte para download de lojas de aplicativos alternativas e instalação de aplicativos de fora da App Store na Europa. O Android já oferece essa capacidade há vários anos, permitindo o download e a instalação de APKs.
Usuários da Apple na União Europeia também receberam novos controles de aplicativos padrão como parte da atualização do iOS 17.4. A gigante da tecnologia também se viu envolvida em várias ações judiciais anticompetitivas nos EUA, sendo a mais recente um processo movido pela Epic Games, desenvolvedora do Fortnite. A empresa, com sede nos EUA, permitia apenas pagamentos dentro do aplicativo, sobre os quais cobrava uma comissão elevada. Essa prática foi considerada injusta por um tribunal distrital dos EUA, que ordenou que a companhia permitisse que desenvolvedores de aplicativos aceitassem pagamentos por outros meios.
