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Juventude indígena LGBTQIA+ participa de formação em saúde, agroecologia e direitos humanos

Entre os dias 23 e 31 de agosto, Dourados (MS) recebeu a primeira etapa do Curso em Saúde, Agroecologia e Direitos Humanos LGBTQIA+ Guarani-Kaiowá – Tekoporã (Bem Viver). Com uma carga horária de 108 horas, o curso faz parte das iniciativas do Programa Bem Viver+, coordenado pela Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz, a Faculdade de Direito e Relações Internacionais da Universidade Federal da Grande Dourados e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

A iniciativa tem como objetivo fortalecer a juventude indígena LGBTQIA+ Guarani-Kaiowá em seus territórios, promovendo formação cidadã, direito ao Bem Viver, saúde integral e proteção de territórios tradicionais. O curso busca reafirmar a cultura, resistir e valorizar os saberes tradicionais, integrando educação popular, agroecologia e direitos humanos.

“Essa formação reforça, consolida e amplia um processo que estamos desenvolvendo há um ano no Programa Bem Viver+, visando capacitar jovens indígenas LGBTQIA+ Guarani-Kaiowá para fortalecer sua auto-organização, autoproteção e ações en defensa de seus tekohas, espaços sagrados que sustentam a identidade e a cultura do povo”, explicou Anakeila Stauffer, coordenadora do Termo de Execução Descentralizado pela EPSJV.

Durante esta etapa, os participantes se aprofundaram em três eixos de formação. O componente sobre Território, Cultura, História e Cosmovisão do Povo Guarani-Kaiowá abordou a importância do território como identidade, discutindo os processos históricos de expulsão dos tekohas. “Iniciamos a partir da própria história desses povos, suas culturas e suas formas de se organizar. Para dialogar sobre as temáticas do curso, aprendemos com eles sobre a construção de bem viver e resistência. Nosso objetivo é fortalecer os vínculos com a terra e criar possibilidades integradas para enfrentar as violências sofridas por essa juventude”, enfatizou Anakeila.

O módulo sobre Métodos de Organização Popular e Indígena focou na auto-organização comunitária, com discussões sobre assembleias, movimentos de mulheres e juventudes indígenas, além de estratégias de enfrentamento da violência. A área de Literatura, Linguagens e Códigos promoveu um diálogo entre a literatura indígena e a crítica em língua portuguesa, incentivando a leitura e produção textual como formas de expressão das vivências e propostas da juventude indígena.

“Foi um momento marcante que trouxe novos conhecimentos para fortalecer nossas comunidades, especialmente a juventude indígena e sua diversidade, visando a criação de lideranças que contínuem a resistência e a luta em nossos territórios”, ressaltou Gualoy Kaiowá, representante da Organização da Juventude Indígena e Diversidade Guarani-Kaiowá.

O curso Tekoporã se insere em uma abordagem de formação integral que ultrapassa o ensino acadêmico. Ele reafirma a importância do direito à diversidade, à cultura, à saúde e à dignidade, fortalecendo a resistência das juventudes indígenas LGBTQIA+ diante das diversas formas de violência.

Essa formação representa um passo estratégico para a auto-organização, autoproteção e defesa dos tekohas, alinhando-se ao compromisso do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania com a promoção de políticas públicas inclusivas e voltadas ao Bem Viver.
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