O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) organizou, na última terça-feira (3), uma reunião virtual com o empresário Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP 30.
Com o tema “Agenda de Ação Climática e Sociedade Civil”, o encontro contou com a participação de conselheiros, especialistas e representantes de diversos setores para discutir a contribuição da sociedade brasileira na elaboração do Plano de Ação Nacional para a COP 30, programada para novembro em Belém (PA).
Na abertura do evento, o secretário-executivo do CDESS, Olavo Noleto, enfatizou a importância do Conselho como um espaço para a articulação entre governo e sociedade civil. Ele anunciou que outras atividades serão realizadas até a COP 30, incluindo um seminário voltado para a comunidade científica da Amazônia.
“Queremos a participação da sociedade. Precisamos buscar consenso entre líderes mundiais, mas também é fundamental abordar as desigualdades sociais e a produção de alimentos. O setor agropecuário deve ser envolvido nesse debate”, destacou.
Em sua fala, Dan Ioschpe ressaltou que seu objetivo é impulsionar o engajamento da sociedade civil e formar coalizões que apresentem propostas concretas. Ele mencionou a existência de 435 iniciativas relacionadas ao meio ambiente que necessitam de melhor implementação.
“É crucial que governo e sociedade aproveitem ao máximo este ciclo, não apenas nas semanas em Belém, mas de maneira abrangente, visando à melhoria do país e do mundo”, declarou.
O conselheiro Marcel Fukayama incentivou os participantes a refletirem sobre o compromisso coletivo em relação ao legado que a COP 30 poderá deixar. “Qual é o papel da sociedade civil e como o Conselhão pode contribuir para essa agenda? O espírito de colaboração implica que cada um faça sua parte nesse grande mosaico”, afirmou.
Representando o setor empresarial, a conselheira Marina Grossi argumentou que o Brasil possui potencial para oferecer soluções globais, transformando vantagem comparativa em competitiva. “Não devemos encarar a COP como uma penalização, mas sim como uma oportunidade para acolher boas iniciativas”, defendeu.
A conselheira Elbia Gannoum, especialista em energia renovável, enfatizou a necessidade de o Brasil comunicar de forma clara seus diferenciais no contexto global. “É fundamental informar que nenhum país possui uma matriz energética com 50% de fontes renováveis como a nossa, e que 93% da nossa matriz elétrica é renovável. Precisamos fazer essa ‘mostração’”, destacou.
No âmbito sindical, o conselheiro Clemente Ganz alertou sobre os efeitos das emergências climáticas e das novas tecnologias no mercado de trabalho. “O primeiro desafio é integrar as mudanças climáticas à agenda sindical. O segundo é promover o entendimento entre empresários e trabalhadores sobre os impactos e responsabilidades desta transição”, observou.
Este encontro integra as atividades da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do CDESS e servirá como base para propostas que serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na plenária do Conselho em agosto. O evento também sinalizou o início de uma agenda ampliada de escuta e recomendações da sociedade civil para a COP 30, reafirmando o papel do CDESS como articulador de soluções integradas e sustentáveis.
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