O Ministério de Portos e Aeroportos autorizou a Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) a iniciar estudos técnicos para a reativação da Hidrovia do São Francisco, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (26). Os estudos focarão em aspectos operacionais, logísticos e regulatórios, buscando viabilizar a exploração privada da infraestrutura e a retomada sustentável da navegação na hidrovia.
A expectativa é que, no primeiro ano de operação comercial, a movimentação de cargas pelo rio alcance 5 milhões de toneladas. O projeto também prevê a integração da hidrovia com outros modais de transporte, como ferrovias e rodovias. O ministro Silvio Costa Filho destacou que a reativação do projeto será estratégica para o desenvolvimento regional, promovendo um transporte mais eficiente e sustentável.
Com 1.371 quilômetros de extensão navegáveis entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), a hidrovia permitirá o transporte de cargas do Centro-Sul ao Nordeste de forma mais econômica. Um comboio hidroviário pode substituir até 1.200 caminhões, reduzindo significativamente a emissão de CO₂ e o desgaste das estradas. O consumo energético das embarcações também é menor, reforçando sua eficiência e sustentabilidade.
A Nova Hidrovia é um dos principais projetos logísticos para o escoamento de cargas e o desenvolvimento regional do país. A rota contempla o transporte de produtos como gesso agrícola, gipsita, drywall e calcário, que serão levados de Petrolina a Pirapora, com o objetivo de abastecer o Sudeste e a região do MATOPIBA. Além disso, açúcar e óleo serão transportados de Juazeiro a Pirapora, enquanto o sal do Rio Grande do Norte seguirá para Remanso (BA) e, depois, para Pirapora.
O café será transportado em sentido inverso, de Pirapora para Juazeiro e Petrolina, para atender à demanda nordestina. Insumos agrícolas, como milho, soja e adubo, serão levados por via terrestre de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães até Ibotirama, seguindo pela hidrovia até Juazeiro e podendo ser escoados para o Porto de Aratu, em Salvador.
Para implementar a reativação, o projeto foi dividido em três etapas, com foco na integração intermodal. A primeira etapa abrange 604 km navegáveis entre Juazeiro e Petrolina, passando por Sobradinho e chegando a Ibotirama, com cargas escoadas por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias. A segunda etapa cobre 172 km entre Ibotirama, Bom Jesus da Lapa e Cariacá, com conexões ferroviárias. A terceira ampliará a hidrovia em 670 km, ligando Bom Jesus da Lapa a Pirapora.
Serão construídas 17 Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4) para garantir o transporte de cargas e passageiros na Bahia, Pernambuco e Alagoas. Destas, seis estão em fase de projeto e 11 em planejamento, com editais para os IP4 de Petrolina e Juazeiro previstos para setembro e início das obras programado para janeiro de 2026.
Para mais notícias, acesse o TecMania.