Na última sexta-feira (5/09), foi lançado o Caderno de Oferta de Biocombustíveis, que faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2035. O estudo, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em colaboração com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apresenta projeções sobre a evolução da oferta e demanda de biocombustíveis no Brasil, levando em conta a transição energética e as políticas públicas para o setor.
De acordo com o documento, a oferta de etanol deve crescer aproximadamente 30% na próxima década, alcançando 51 bilhões de litros em 2035. O etanol de milho, que representará 20% da produção em 2024, assume um papel central e deverá corresponder a mais de 30% da oferta total em 2035. A demanda de etanol combustível é projetada em 48,2 bilhões de litros, garantindo um saldo positivo ao longo do período analisado.
O estudo também indica um potencial técnico de geração de 5,9 GW médios de bioeletricidade a partir do bagaço da cana até o final do período de análise, além de 6,4 bilhões de Nm³ de biometano, obtidos de resíduos da cana, o que representaria cerca de 10% do consumo nacional de gás natural em 2024.
No que diz respeito ao biodiesel, a demanda prevista alcança 13,9 bilhões de litros em 2035, com o óleo de soja continuando como a principal matéria-prima. A capacidade instalada para este horizonte é adequada para atender às metas legais de mistura obrigatória, com excedentes que podem ser utilizados no transporte marítimo e em outras aplicações. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) mantém sua relevância ao apoiar a agricultura familiar e fomentar a inclusão social e a geração de renda no meio rural.
O caderno também aborda a evolução dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). A partir de 2030, projetos programados devem produzir 1,7 bilhão de litros por ano, atingindo 2,8 bilhões em 2035. Essa produção será suficiente para cobrir, em média, 66% das metas de redução de emissões estabelecidas pelo CORSIA e ProBioQAV no período decenal.
Globalmente, os investimentos necessários para sustentar a expansão da cadeia de biocombustíveis até 2035 são estimados em R$ 110 bilhões, abrangendo novas biorrefinarias, modernização de usinas e diversificação de matérias-primas.
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