O Ministério da Saúde, em colaboração com o Ministério da Justiça, promoveu nesta quinta-feira (4) o webinário “Qualificação dos Registros de Mortes por Causas Externas: um Desafio Intersetorial”. O evento teve como objetivo fortalecer o diálogo entre diferentes setores e aprimorar a qualidade das informações sobre mortes não naturais, contando com a participação de mais de 700 pessoas em acesso simultâneo.
Organizado pela Coordenação de Estatísticas Vitais e Morbidades, do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, o webinário foi uma iniciativa derivada de um Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Nacional de Segurança Pública. A reunião atraiu profissionais de diversas áreas para discutir estratégias e boas práticas na qualificação dos registros de óbitos por causas externas.
Os organizadores ressaltaram que a otimização desses registros é crucial para direcionar ações intersetoriais que visem à prevenção e redução de mortes por causas externas. O webinário busca incentivar a integração entre saúde, segurança pública e outros setores, promovendo a geração de dados mais precisos que contribuam para o fortalecimento de políticas públicas voltadas à prevenção da violência.
Durante sua apresentação, Dácio Rabello, coordenador-geral de Informações e Análises Epidemiológicas, abordou a distinção entre acidentes não intencionais e violências intencionais, enfatizando a importância da colaboração entre os diversos entes federativos. Ele mencionou iniciativas do Ministério da Saúde para padronizar o registro de óbitos em todo o país, baseadas em experiências bem-sucedidas de estados e municípios.
O evento foi organizado em dois turnos, mediado por Andréa Lobo pela manhã e Maria de Fátima Marinho à tarde. A programação matutina incluiu palestras de especialistas como Beatriz Marques Figueiredo, que discutiu os desafios dos Institutos Médicos Legais no Brasil, e Maria Helena de Melo Jorge, que abordou a qualidade dos dados de mortes por causas externas. O pesquisador Daniel Cerqueira apresentou o “Atlas da Violência”, que analisa a situação atual das mortes violentas no Brasil.
Representantes internacionais, como Juan José Cortez-Escalante da OPAS e Daniel Cobos do Swiss Tropical and Public Health Institute, trouxeram perspectivas globais sobre a investigação médico-legal de óbitos. No período da tarde, Rafael Rodrigues de Souza falou sobre as potencialidades do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública para vigilância epidemiológica, enquanto profissionais de diferentes estados compartilharam suas experiências na qualificação de dados.
O evento destacou a importância de abordagens interdisciplinares para melhorar o registro e a análise de mortes por causas externas, contribuindo para a formulação de políticas públicas mais eficazes.
Para mais notícias, acesse o Portal Defesa – Agência de Notícias.