O Ministério da Educação (MEC), em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), promoveu nesta terça-feira, 9 de setembro, em Brasília (DF), o “Seminário Nacional dos Anos Finais do Ensino Fundamental: transições, trajetórias escolares e a garantia do direito à aprendizagem”. O evento teve como objetivo discutir os principais desafios e perspectivas para melhorar a aprendizagem dos alunos nesta fase do ensino. Realizado no auditório do Conselho Nacional de Educação (CNE), o seminário foi transmitido pelo canal do MEC no YouTube.
A iniciativa integra o programa Escola das Adolescências, gerido pela Secretaria de Educação Básica (SEB). Lançado em julho de 2024, este programa busca desenvolver uma proposta curricular inovadora que atenda às necessidades dos adolescentes, promovendo a escola como um espaço acolhedor.
Os estudantes João Robson, de 17 anos, e Maria Clara, de 14, foram os responsáveis pela abertura do seminário, compartilhando suas experiências em programas voltados para a construção de trajetórias escolares bem-sucedidas e para a diminuição da distorção idade-série.
João Robson revelou que, aos 14 anos, ainda cursava o 6º ano do ensino fundamental e enfrentava dificuldades como baixa autoestima. A participação no programa Trajetória de Sucesso Escolar transformou sua vida, levando-o a socializar mais e a representar sua escola em eventos. “Estou aqui representando cerca de 4 milhões de jovens que enfrentam essa situação no Brasil. Esse programa me fez um aluno e uma pessoa melhor”, destacou.
Maria Clara comentou sobre os desafios enfrentados após se mudar de cidade, que resultaram em sua reprovação no 4º ano e na interrupção dos estudos durante a pandemia. Com a participação no Programa Sergipe na Idade Certa (Prosic), ela expressou o desejo de que mais alunos tivessem acesso a oportunidades semelhantes.
A secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt, enfatizou que os jovens são o foco do programa e que é essencial ouvir os estudantes ao formular ações que fortaleçam seu aprendizado. Ela citou a importância de um ambiente democrático para a educação de qualidade e a necessidade de considerar as experiências dos adolescentes na elaboração do currículo escolar.
O seminário contou com mesas redondas que abordaram temas como “Ambiente escolar seguro e inclusivo”, “A escuta na construção de uma escola feita para e com adolescentes”, e “Anos finais: transições, trajetórias, aprendizagens e desenvolvimento”.
Organizado em parceria com o Unicef, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o evento reuniu gestores, educadores e representantes de diversas instituições para compartilhar experiências e construir soluções para uma educação mais equitativa.
Durante o seminário, o MEC lançou um painel interativo de dados e um relatório nacional da Semana da Escuta das Adolescências, que compila as percepções de mais de 2,3 milhões de estudantes sobre vários aspectos da vida escolar.
O programa Escola das Adolescências foi instituído pela Portaria nº 635/2024, com o objetivo de fortalecer os anos finais do ensino fundamental, promovendo uma educação que valorize as vivências dos adolescentes e buscando melhorias no acesso e desenvolvimento dos alunos. As políticas incluem a produção de guias temáticos e incentivos financeiros a escolas com base em critérios socioeconômicos e étnico-raciais.
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