Várias negociações comerciais estão sendo intensificadas em resposta às dificuldades de acesso ao mercado americano, afirmou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres, durante entrevista à Voz do Brasil na terça-feira (9).
As exportações brasileiras alcançaram um recorde histórico nos primeiros oito meses de 2023, totalizando US$ 227,6 bilhões entre janeiro e agosto. As importações, por sua vez, chegaram a US$ 184,8 bilhões, resultando em uma corrente de comércio de US$ 412,4 bilhões, também um marco para o período. Quando comparadas ao mesmo intervalo de 2022, as exportações cresceram 0,5%.
Durante a entrevista, Tatiana Prazeres enfatizou a resiliência da economia brasileira diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Os dados da balança comercial de agosto revelam a resistência das exportações brasileiras, mesmo com uma queda de 18,5% nas vendas para os Estados Unidos. Essa diminuição foi compensada pelo aumento de 30% nas exportações para a China, 40% para a Argentina e 43% para o México”, detalhou.
A secretária ressaltou que, apesar das dificuldades enfrentadas, as exportações brasileiras se mostraram robustas, alcançando outros mercados e garantindo um saldo favorável na balança comercial. Os setores agropecuário e da indústria extrativista também apresentaram resultados positivos em agosto, enquanto o governo continua a diversificar os mercados.
Tatiana destacou que 2023 foi um ano significativo para acordos comerciais, como o Mercosul-Singapura e as negociações em andamento com a União Europeia e outros países. Destacou, ainda, o potencial de expansão das exportações para o México e os Emirados Árabes.
Sobre o relacionamento com a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil, a secretária destacou que o país representa cerca de 30% das exportações brasileiras, em contraste com os 12% destinados aos Estados Unidos. Com uma classe média em crescimento, a China oferece diversas oportunidades para produtos brasileiros, desde alimentos a equipamentos.
Tatiana também comentou as preocupações do governo com setores que enfrentam desafios adicionais, como o de máquinas e equipamentos e o de esquadrias de madeira, que dependem do mercado americano. O governo está empenhado em negociar com os Estados Unidos para mitigar os impactos das tarifas e ampliar as exceções já existentes.
Para os próximos meses, a expectativa é positiva em relação à balança comercial do Brasil, com a projeção de um aumento na participação de empresas no comércio exterior e uma revisão das metas que será anunciada em outubro.
Para mais notícias, acesse o TecMania.