A emergência climática apresenta desafios crescentes para o semiárido nordestino, caracterizados por longos períodos de estiagem, escassez hídrica e significativos impactos socioeconômicos. Em resposta, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) está aumentando os investimentos em obras hídricas estruturantes, visando garantir a segurança hídrica e fortalecer a resiliência da região diante das mudanças climáticas.
A Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) está implementando uma série de obras, incluindo barragens, adutoras, canais e sistemas integrados de abastecimento, que garantirão o fornecimento de água em áreas urbanas e rurais, atendendo diversas necessidades como consumo humano, agricultura, pecuária, piscicultura e turismo. “Cada obra hídrica concluída representa uma vitória contra os efeitos da emergência climática. Estamos investindo em água, segurança, futuro e dignidade para as populações mais vulneráveis do Nordeste”, afirma o secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira.
Entre os principais projetos em andamento, destaca-se a ampliação do Eixão das Águas, no Ceará, que beneficiará 4,6 milhões de pessoas em 10 municípios, com um investimento de R$ 1,25 bilhão através do Novo PAC. O Canal do Sertão Baiano, que capta água do Rio São Francisco, atenderá 1,2 milhão de pessoas em 44 municípios, garantindo acesso contínuo à água mesmo durante longos períodos de estiagem.
Outros projetos, como o Ramal do Apodi, que levará água a 45 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte, e o Ramal do Salgado, que beneficiará 5 milhões de cearenses, ampliam a capacidade de resposta à crise climática com obras de grande escala e duradouras. O projeto do Sistema Adutor Banabuiú, parte do Projeto Malha D’Água, no Ceará, visa fornecer água tratada do Açude Banabuiú para abastecer diversas localidades do Sertão Central, beneficiando cerca de 300 mil pessoas, mesmo em períodos de seca.
A construção e modernização de barragens também fazem parte da estratégia climática do MIDR. A Barragem Nova Algodões, em fase de licitação, terá capacidade de 50 milhões de m³ e beneficiará 47 mil pessoas. A Barragem de Oiticica, recentemente finalizada, atende 294 mil habitantes em 22 municípios do Seridó potiguar. Essas infraestruturas, além de armazenar água, mitigam os riscos associados à seca e asseguram um fornecimento regular mesmo em condições adversas.
A integração dos eixos Leste e Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), já em operação, e seus ramais, como os do Agreste, do Piancó e do Entremontes, possibilita que a água percorra longas distâncias para atender regiões historicamente afetadas pela escassez. Com capacidade de bombeamento ampliada, o Eixo Norte, por exemplo, beneficiará mais de 8 milhões de pessoas em 237 municípios, sustentando cadeias produtivas locais e promovendo um uso mais racional e sustentável dos recursos hídricos.
Nesse contexto, o MIDR também atua em medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, colaborando na promoção da segurança hídrica. No âmbito de sua contribuição, o ministério participa ativamente das discussões na COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA). O evento reunirá líderes mundiais, representantes de governos, da ciência e da sociedade civil para debater soluções climáticas, marcando a primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia.
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