Benefício do Bolsa Família reduz em 69% a taxa de mortalidade por tuberculose na população preta e parda
Na última semana, a renomada revista Nature Medicine divulgou uma pesquisa que traz à tona os impactos do programa Bolsa Família na saúde da população brasileira, focando especificamente na população preta e parda entre os anos de 2004 e 2015. Os dados apresentados mostram que, entre os beneficiários do programa, a incidência de tuberculose caiu 58%, enquanto a mortalidade pela doença teve uma drástica redução de 69%. Em uma análise mais ampla, a pesquisa destaca que a incidência de tuberculose no Brasil caiu 41% e a mortalidade 31% neste período.
Instaurado em 2003 durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Família se tornou um programa fundamental de assistência social, que além de garantir uma renda mínima a famílias em situação de vulnerabilidade, também exerceu influência significativa na melhora dos indicadores de saúde entre seus beneficiários. O estudo revela que, além da população preta e parda, os indígenas também mostraram resultados positivos, com uma redução de 37% na incidência e 35% na mortalidade por tuberculose.
Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), salienta que esses resultados ressaltam a relevância do Bolsa Família não apenas na diminuição da pobreza, mas como uma estratégia eficaz de promoção da saúde e prevenção de doenças associadas à desigualdade social. "Essa pesquisa demonstra que iniciativas como o Bolsa Família vão além da redução da pobreza. É uma política que atua diretamente na promoção da saúde e na prevenção de doenças causadas pela desigualdade social", afirma Barreira.
Vale lembrar que uma pesquisa anterior, publicada em 2016, já havia indicado que os beneficiários do Bolsa Família apresentavam uma taxa de cura para tuberculose 10% maior que aqueles não atendidos pelo programa, levando em conta aspectos como idade, sexo, renda e raça.
O estudo, que se baseou em dados do Cadastro Único (CadÚnico), foi conduzido por diversos pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Com a comprovação do impacto das políticas sociais na saúde da população, a pesquisa também serve de alicerce para o programa Brasil Saudável, que já completa um ano em fevereiro e tem um orçamento previsto de R$ 45 milhões para 2025.
O Brasil Saudável se alinha às metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a eliminação de doenças nas Américas, demonstrando um compromisso com a saúde coletiva e com a promoção de um futuro mais saudável e igualitário.
Perguntas e Respostas sobre o Impacto do Bolsa Família na Tuberculose
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Qual é o impacto do Bolsa Família na mortalidade por tuberculose?
A pesquisa indica que o Bolsa Família reduziu a mortalidade por tuberculose em 69% entre a população preta e parda beneficiada pelo programa. -
A pesquisa abrangeu apenas a população preta e parda?
Não, a pesquisa também abordou a saúde de indígenas, que apresentaram uma redução de 37% na incidência de tuberculose e 35% na mortalidade. -
Quais foram os anos avaliados na pesquisa publicada na Nature Medicine?
A pesquisa analisou dados entre os anos de 2004 e 2015. -
Qual é a ligação entre o Bolsa Família e a melhora na saúde da população?
O Bolsa Família não apenas proporciona assistência financeira, mas também atua na promoção da saúde e na prevenção de doenças relacionadas à pobreza e desigualdade social. - O que é o programa Brasil Saudável?
O Brasil Saudável é uma iniciativa do governo brasileiro que visa eliminar doenças associadas a determinantes sociais, alinhando-se às metas globais de saúde da ONU e da Opas. O programa completa um ano em fevereiro próximo e destina R$ 45 milhões para suas ações em 2025.
