Representantes de universidades, institutos de pesquisa e organizações da sociedade civil se reuniram nesta quarta-feira (20) em Manaus para o Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP 30. O destaque do evento foi a entrega do documento “Contribuições da Comunidade Científica da Amazônia para a Implementação da NDC Brasileira (2025–2035)” ao embaixador André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP30 no Brasil, além de autoridades do Governo Federal, como o ministro Márcio Macêdo e a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.
Esse documento apresenta recomendações e propostas coletivas voltadas ao fortalecimento da Agenda de Ação da COP 30, que guiará as negociações da Conferência do Clima da ONU programada para novembro em Belém (PA). O ministro Márcio Macêdo enfatizou a relevância do material elaborado pela comunidade científica e destacou que, pela primeira vez na história das COPs, a Amazônia terá a oportunidade de se expressar diante do mundo. Ele ressaltou a necessidade de preservar as florestas e, simultaneamente, desenvolver projetos que beneficiem as comunidades locais.
O presidente da COP 30 também se pronunciou, ressaltando que a ciência amazônica se mostra como uma parceira estratégica para o Brasil e o mundo no enfrentamento da crise climática. Ele classificou a entrega do documento como um “sonho de consumo”, enfatizando a importância de mostrar ao mundo a riqueza e a complexidade da Amazônia.
A região, que abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, tem acumulado conhecimento científico e tecnológico que agora se materializa em propostas para apoiar a implementação dos compromissos do Acordo de Paris. Janja Lula da Silva também se manifestou, destacando a importância de incluir as vozes femininas na busca por um desenvolvimento sustentável e mencionou as dificuldades enfrentadas por mulheres em áreas remotas no acesso a recursos básicos.
O encontro abordou seis eixos prioritários, alinhados à 4ª Carta da Presidência da COP, que incluem transição em setores de energia, gestão sustentável de florestas, transformação da agricultura, resiliência urbana, desenvolvimento humano e social, e objetivos transversais como financiamento e governança.
Os debates foram enriquecidos pela participação de universidades, centros de pesquisa, comunidades tradicionais, setor privado e organismos internacionais, com o objetivo de integrar as contribuições científicas às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil, em consonância com políticas públicas estruturantes.
O reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Pereira da Silva, destacou a necessidade de ampliar investimentos em pesquisa na Amazônia para desenvolver soluções viáveis em colaboração com as comunidades locais, que possuem conhecimento ancestral sobre o manejo sustentável dos recursos naturais.
O evento foi promovido por diversas instituições, incluindo ANDIFES Norte, CONIF Norte, Embrapa, Fiocruz, Instituto Evandro Chagas, INPA, Museu Emílio Goeldi, e a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
Para mais notícias, acesse o TecMania.
