quinta-feira, julho 31, 2025
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A luz da tela do celular pode causar manchas na pele? Confira o que os médicos afirmam.

A luz azul emitida pelas telas de celulares pode causar manchas na pele? Essa questão, cada vez mais frequente entre entusiastas da tecnologia e cuidados com a pele, suscita preocupações sobre os impactos da exposição prolongada à iluminação artificial de dispositivos eletrônicos, especialmente considerando o tempo diário que passamos em frente aos smartphones.

Com o celular assumindo funções profissionais, sociais e financeiras, o contato constante com a tela se torna inevitável. Por isso, médicos e pesquisadores têm analisado os reais efeitos da luz azul na pele humana. É possível que ela cause manchas ou acelere o envelhecimento? A seguir, especialistas compartilham suas opiniões.

A luz azul, presente na luz solar, também é emitida por lâmpadas LED e telas de aparelhos eletrônicos. A pergunta é: será que a exposição à luz artificial acarreta prejuízos à saúde da nossa pele? Estudos sobre os efeitos das diferentes cores de luz no organismo humano são conhecidos há décadas, e, nesse sentido, a luz das telas também tem sido alvo de pesquisas.

As luzes representam uma forma de radiação e fazem parte do espectro eletromagnético, com a luz azul sendo uma luz de alta energia e comprimento de onda curto. Embora lâmpadas LED, smartphones e outros dispositivos emitam uma quantidade significativa de luz azul, especialistas não consideram esta radiação como um risco relevante à pele.

Como afirmam médicos do Departamento de Fotobiologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), um estudo publicado na revista Photochemical & Photobiological Sciences em 2022 não encontrou evidências de que a luz das telas cause dano significativo à pele humana. Embora estudos laboratoriais tenham mostrado que a luz azul pode gerar radicais livres, essas ocorrências não foram confirmadas em pesquisas com pessoas.

Alguns profissionais sugerem o uso de produtos para proteção contra a luz azul, como protetores solares e dermocosméticos, além de óculos e protetores de tela. Contudo, os médicos da SBD observam que esses itens oferecem proteção em aspectos visuais e neurológicos, mas não são eficazes para a pele.

"A luz azul artificial dos celulares não parece ser suficiente para causar o surgimento de manchas", explica a dermatologista Dra. Júlia Rocha. Embora a luz visível de alta energia esteja associada à hiperpigmentação, esse risco está mais relacionado à luz solar do que à emitida pelos smartphones.

A pesquisa sobre as possíveis consequências da exposição à luz azul na pele continua, e um artigo de 2018 destaca que a sociedade atual se expõe menos à luz natural, mas mais à luz azul. A exposição de células à iluminação de dispositivos eletrônicos, mesmo por períodos curtos, pode gerar danos oxidativos à pele.

Embora alguns estudos indiquem que a luz azul poderia afetar a pigmentação da pele, há divergências entre especialistas. Um estudo de 2023 sugere que a luz irradiada por celulares é muito menos intensa que a do Sol, e não conseguiu estabelecer um vínculo claro entre a luz eletrônica e danos à pele.

Nessa linha, a dermatologista Dra. Júlia Rocha ressalta que a luz azul dos dispositivos eletrônicos não representa um risco real, enfatizando que a maior preocupação deve ser a exposição à luz solar.

Para proteção no dia a dia, recomenda-se o uso de filtros com ativos antioxidantes e produtos que contenham dióxido de titânio ou óxido de ferro, que demonstraram ser eficazes contra a hiperpigmentação induzida pela luz azul. Dermatologistas concordam que a maioria dos produtos que alegam proteger contra a luz azul de eletrônicos carece de respaldo científico.

Em relação à exposição ao sol, pessoas com pele sensível, como aquelas que têm melasma ou rosácea, devem estar atentas, pois podem sofrer mais os efeitos da luz HEV. Algumas pesquisas recentes destacam que a luz solar pode causar pigmentação intensa em peles negras.

Embora os pesquisadores ainda investiguem os efeitos da luz visível, a SBD afirma que a crença de que a luz azul dos eletrônicos provoca manchas e envelhecimento na pele é um mito.

Por fim, a dermatologista Dra. Júlia adverte que, embora a proteção solar seja essencial, não é necessário o uso de protetor ao ficar em frente a telas, reforçando a falta de evidências que liguem a luz azul artificial a danos significativos na pele.

Com informações do National Library of Medicine, Science Direct, Jornal da USP, The Conversation, e Departamento de Fotobiologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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