A 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres de Minas Gerais teve início nesta quarta-feira (27) em Belo Horizonte, reunindo mais de 600 participantes, incluindo gestoras públicas, lideranças sociais e mulheres de diversas regiões do estado. Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, o evento serve como etapa preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, programada para Brasília (DF) entre 29 de setembro e 1º de outubro.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, que esteve presente, destacou a importância da participação social e do protagonismo feminino. “É crucial, após 10 anos, nos reunirmos para dialogar sobre nossas experiências e necessidades. As conferências visam analisar o presente e construir o futuro. As propostas geradas aqui seguirão para a Conferência Nacional e também influenciarão os municípios”, enfatizou.
Lopes ressaltou a representação feminina em Minas Gerais, composta por quase 11 milhões de mulheres, que são mais de 50% da população nos 853 municípios do estado. Ela destacou a natureza intersetorial das políticas para as mulheres, que abrangem saúde, educação, assistência social, entre outros. “As conferências permitem que as mulheres expressem claramente suas demandas e áreas de participação”, afirmou, mencionando conquistas como a liderança feminina no Corpo de Bombeiros.
A deputada federal Célia Xakriabá trouxe à tona a intersecção entre gênero, raça e meio ambiente, mencionando o Projeto de Lei nº 3640/2025, que discute a violência de gênero sob uma perspectiva climática. Xakriabá citou que muitas das vítimas dos desastres de Brumadinho e Mariana eram mulheres negras e destacou a necessidade de abordagens comprometidas em relação a essa realidade.
A subsecretária de Direitos da Mulher, Joana Maria, enfatizou que a eficácia das políticas públicas depende da articulação no âmbito local. “Os municípios precisam organizar suas demandas para que cheguem aos organismos políticos adequados, caso contrário, os recursos não se materializam”, afirmou.
A presidenta do Conselho Estadual de Mulheres, Bárbara Ravenna, apontou os desafios persistentes enfrentados pela mulher no Brasil, especialmente em relação à violência. “Devemos escolher propostas viáveis que integrem as redes de governo em diferentes níveis e incomodar as autoridades para promover políticas amplas”, disse.
Durante a tarde, a ministra visitou as obras da Casa da Mulher Brasileira em Belo Horizonte, acompanhada do prefeito Álvaro Damião, que ressaltou os investimentos significativos da prefeitura e do governo federal no projeto. A expectativa é que a unidade seja inaugurada em 2026, oferecendo atendimento integral às mulheres em situação de violência.
A 5ª CNPM, promovida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais e outros órgãos, irá eleger 178 representantes que defenderão as propostas do estado na etapa nacional do evento. Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, a conferência contará com ampla participação da sociedade civil.
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