Salvador, 21/08/2025 – O Projeto Jovens Defensores Populares chegou à Bahia, marcando o fim do primeiro ciclo de implementação da iniciativa nacional. A proposta visa capacitar moradores dos bairros Gamboa, Subúrbio Ferroviários, Cajazeiras, Bairro da Paz e Camaçari para atuarem como agentes de acesso à Justiça, promovendo o protagonismo juvenil em áreas de maior vulnerabilidade social.
A aula inaugural, realizada na terça-feira (19) no Instituto Federal da Bahia (IFBA), contou com a presença de lideranças políticas, sociais e culturais, além de movimentos negros e organizações da juventude. O evento incluiu uma apresentação do grupo Afrotumtum, mediada por Deivite Marcel, da banda Afrocidade, que trouxe à tona a ancestralidade e a energia da juventude negra.
O projeto, que já foi implementado em outras localidades como o Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, tem como meta formar mil jovens defensores populares em todo o País até o final de 2025. A iniciativa é uma ação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, desenvolvida pela Secretaria Nacional de Acesso à Justiça em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e executada pela Fundação Oswaldo Cruz. Na Bahia, integra também a estratégia "Crescer em Paz" voltada para a proteção de crianças e adolescentes.
Sheila de Carvalho, secretária de Acesso à Justiça, destacou a importância da iniciativa. “O Jovens Defensores Populares aposta no poder da juventude. Quando um jovem conhece seus direitos, torna-se um multiplicador em sua comunidade. É uma estratégia de combate às desigualdades e de fortalecimento da democracia nos territórios”, afirmou.
André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, ressaltou a metodologia participativa, que valoriza os saberes locais e capacita os jovens a serem agentes ativos da transformação social.
O principal objetivo do projeto é promover a cidadania e a defesa de direitos fundamentais, como educação, saúde, moradia e igualdade racial e de gênero, oferecendo aos participantes a oportunidade de se reconhecerem como protagonistas em suas comunidades.
Vitor Fernando Gomes Datro, de 23 anos e morador da Gamboa de Baixo, destacou a relevância do projeto em dar voz aos jovens pretos e na conscientização comunitária sobre a necessidade de ser ouvidos. “O Estado precisa nos olhar com empatia e criar políticas públicas para a periferia”, afirmou.
O lançamento contou ainda com a participação de diversas lideranças, incluindo a socióloga e ativista Vilma Reis, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, a secretária-adjunta Nacional de Juventude, Jessy Dayane, e outros representantes da juventude e direitos humanos na Bahia.
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