segunda-feira, janeiro 13, 2025
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Brasil Se Adapta à Nova Era: Preparativos para o Mercado Global de Carbono

Brasil Adota Novo Marco Regulatório para o Mercado de Carbono: Um Passo Rumo à Sustentabilidade Global

Na última semana, o Brasil deu um passo significativo em direção à sustentabilidade ao sancionar o novo marco legal para o mercado de carbono, a Lei 15.042/2024. A iniciativa, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi tema de um fórum realizado pelo jornal Valor em São Paulo, onde o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou a importância dessa regulação para a integração do Brasil no mercado global de carbono.

Durante o evento, que foi transmitido ao vivo pelo canal do jornal no YouTube, Mello explicou que o novo modelo brasileiro está alinhado com as melhores práticas internacionais. “O modelo criado para o mercado de carbono no Brasil dialoga com o que está sendo feito no mundo. Traz mecanismos de regulação de preços e monitoramento que nos preparam para a internacionalização”, afirmou.

O mercado de carbono brasileiro será dividido em dois segmentos: o mercado regulado, onde cerca de cinco mil empresas do setor industrial terão metas de descarbonização e poderão cumpri-las adquirindo Cotas Brasileiras de Emissão (CBEs), e o mercado voluntário, que permitirá que empresas não obrigadas a reduzir emissões busquem compensações para atingir suas metas corporativas.

Mello reafirmou a adoção do modelo “cap-and-trade”, comum em países que operam sistemas de mercado de carbono. Este sistema estabelece um teto de emissões, e as empresas devem adquirir permissões para emitir gases de efeito estufa, incentivando, assim, a redução das emissões.

O relator do projeto de lei, senador Aliel Machado, enfatizou que o agronegócio será incluído no mercado regulado em um futuro próximo, assim que parâmetros adequados para medir as emissões e remissões do setor forem desenvolvidos.

Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, também participou do painel, ressaltando a relevância da integridade do mercado de carbono. “Não adianta vender crédito de carbono que não tenha valor sob a perspectiva climática”, afirmou, alertando contra práticas de "greenwashing", que visam mais ganhos de imagem corporativa do que impactos ambientais reais.

Além da nova regulação, o Ministério da Fazenda está desenvolvendo a Taxonomia Sustentável Brasileira, uma classificação objetiva e científica de práticas que contribuem para os objetivos climáticos e sociais. Mello descreveu essa taxonomia como um “dicionário” que irá clarificar o que é considerado sustentável.

Por fim, o painel também abordou o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM), criado pela União Europeia, que propõe a taxação de produtos com base em suas emissões de carbono. Mello expressou preocupações sobre a possibilidade de o CBAM ser utilizado para proteção comercial, defendendo a necessidade de um grupo de países que trabalhem juntos sob critérios comuns para evitar a desglobalização.

O marco do mercado de carbono brasileiro é um passo audacioso em direção a um futuro mais sustentável, potencialmente colocando o país em uma posição de liderança na luta contra as mudanças climáticas.

Dúvidas Comuns sobre o Mercado de Carbono: Perguntas e Respostas

  1. O que é o mercado de carbono?
    O mercado de carbono é um sistema que permite que empresas compensem suas emissões de gases de efeito estufa ao comprarem créditos de carbono, gerados por ações que reduzem ou evitam emissões em outros lugares.

  2. Como funcionará o mercado regulado no Brasil?
    No mercado regulado, empresas do setor industrial terão metas obrigatórias de descarbonização e poderão atingir essas metas adquirindo Cotas Brasileiras de Emissão (CBEs).

  3. Quais empresas participarão do mercado voluntário?
    O mercado voluntário é destinado a empresas que não têm obrigações legais para reduzir suas emissões, mas que desejam compensá-las para atender a metas sustentáveis corporativas.

  4. O que é a Taxonomia Sustentável Brasileira?
    A Taxonomia Sustentável Brasileira é uma classificação objetiva e científica de iniciativas que visam contribuir para objetivos climáticos, ambientais e sociais, ajudando a determinar o que é considerado uma prática sustentável.

  5. Como o Brasil pretende integrar seu mercado de carbono ao mercado global?
    O Brasil está alinhando sua regulação com práticas internacionais, adotando o modelo “cap-and-trade” e buscando cooperar com outros países para estabelecer critérios comuns e evitar o protecionismo comercial nas questões ambientais.

Fonte
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