Cerca de 40% das operadoras de telefonia nos EUA precisam de mais recursos para retirar equipamentos Huawei e ZTE

A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) identificou que aproximadamente 40% dos provedores de telefonia rural do país se encontram incapacitados de completar o processo de retirada dos equipamentos das fabricantes chinesas Huawei e ZTE de suas redes sem um financiamento adicional. O plano, conhecido como “rip and replace”, exige que esses equipamentos — considerados uma ameaça à Segurança Nacional dos EUA — sejam removidos das redes de comunicação, o que gerou um imprevisto impacto econômico aos pequenos provedores.

Os referidos fabricantes chineses, especialmente a Huawei, que é líder na fornecimento de infraestrutura de rede ao redor do mundo, atraíram diversos provedores de telefonia rural devido à competitividade dos seus preços, e termos de pagamentos vantajosos. Todavia, o governo dos Estados Unidos, argumentando riscos de espionagem e interferência estrangeira, baniu o uso desses equipamentos, gerando uma demanda urgente de substituição.

O programa de substituição fora inicialmente concebido com um orçamento de 1,9 bilhão de dólares, disponibilizados pelo Congresso para auxiliar essas pequenas operadoras. Mas, com o decorrer do processo e a elevação dos custos envolvidos, o montante demonstrou-se deficiente, resultando na incapacidade citada pela FCC de que mais de 40% das operadoras não possuem recursos suficientes para a retirada dos equipamentos.

Medidas legislativas foram tentadas para mitigar a questão dos custos, como o projeto de lei que sugeriu a adição de 3 bilhões de dólares ao fundo de substituição. Contudo, tal medida falhou em progredir rumo à assinatura presidencial.

Além dos problemas de financiamento, as referidas operadoras também reportam desafios adicionais, como a dificuldade em contratar mão de obra qualificada para a execução do projeto, bem como alegações de não terem sido ressarcidas por recursos previamente aplicados na remoção dos equipamentos.

Apesar destas adversidades, a FCC enfatiza que as operadoras permanecem obrigadas a desinstalar todos os dispositivos e serviços de comunicação das empresas chinesas em suas redes. Algumas operadoras conseguiram estender seus prazos, contudo, muitas ainda dependem de uma solução para a pendência financeira. Caso contrário, poderiam enfrentar sérios obstáculos na manutenção de suas operações e na garantia dos serviços de comunicação para suas comunidades rurais.

O impasse persiste e coloca sob a luz a complexa questão do equilíbrio entre segurança nacional e suporte a operadoras de menor porte, essenciais para a conectividade em áreas menos densamente povoadas nos Estados Unidos.

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