Iniciou-se, nesta quinta-feira (21), a fase de fundação e instalação de pilares do Orion, um complexo laboratorial voltado para pesquisas avançadas em patógenos. Este projeto contará com infrastruturas de máxima contenção biológica (NB4), inéditas na América Latina, localizado no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“O começo das fundações do Orion representa um marco histórico para a ciência no Brasil. Trata-se de um laboratório de máxima contenção biológica (NB4), que elevará o país a um novo patamar, sendo o primeiro do mundo conectado a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius. Esse laboratório será crucial para pesquisas em biossegurança, saúde pública e controle de pandemias”, afirmou a ministra do MCTI, Luciana Santos.
O projeto, que estará em Campinas-SP, reunirá técnicas analíticas e competências avançadas de bioimagens, disponíveis para a comunidade científica e órgãos públicos. Ao promover o avanço no conhecimento sobre patógenos e doenças associadas, o Orion apoiará ações de vigilância e políticas de saúde, além do desenvolvimento de métodos de diagnóstico, vacinas, tratamentos e estratégias epidemiológicas. Como um instrumento de apoio à soberania nacional no enfrentamento de crises sanitárias, o Orion poderá beneficiar várias áreas, incluindo saúde, ciência, tecnologia, defesa e meio ambiente.
A execução do projeto Orion é de responsabilidade do CNPEM. Este projeto faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, sendo financiado com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e com o apoio do Ministério da Saúde (MS).
“Essa obra evidencia como os investimentos em ciência e tecnologia estão sendo priorizados pelo governo do presidente Lula. Este exemplo concreto mostra como o PAC transforma recursos em obras estratégicas que impactam a vida das pessoas”, ressaltou a ministra Luciana Santos.
A iniciativa integra a Nova Indústria Brasil (NIB), uma política industrial do Governo Federal, atuando como um instrumento de soberania, competência e segurança nacional nas áreas científica e tecnológica para pesquisa, defesa e saúde humana, animal e ambiental. A concepção do Orion deve ainda fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), uma iniciativa coordenada pelo MS, focada em atender demandas prioritárias do Sistema Único de Saúde (SUS).
As obras
A fase de fundação e instalação de pilares é responsável por preparar o solo para suportar as edificações de forma estável e segura. Nela, serão fixados os elementos estruturais que sustentarão o edifício. Na fase preparatória ao início do estaqueamento, testes necessários foram realizados pelas equipes envolvidas na construção do complexo laboratorial.
“Antes das fundações, as obras no terreno do Orion passaram por uma fase essencial de escavações e terraplanagem, que teve início em maio de 2024, com a remoção de cerca de 40.000 m³ de solo para atingir a profundidade necessária ao futuro subsolo da infraestrutura”, detalhou o diretor adjunto de Infraestrutura do CNPEM, Sérgio Marques.
Essa etapa preparatória, além de garantir as condições estruturais adequadas, estabelece a base para a futura construção de áreas estratégicas, tais como depósitos, sistemas de carregamento, instalações elétricas e de TI, estoques e caldeiras para o tratamento térmico de efluentes. Todo esse trabalho foi realizado em harmonia com a operação contínua do Sirius, cuja linha de luz mais sensível está localizada nas proximidades do Orion.
Para o diretor-geral do CNPEM, Antônio José Roque, o início das fundações marca a transição das etapas de escavação e preparação do terreno para a fase estrutural do Orion.
“Chegar a esta etapa é resultado de um trabalho intenso de planejamento, que envolveu a integração de soluções entre diferentes áreas do conhecimento. Esse esforço possibilitou que avançássemos para as fundações com um projeto muito mais otimizado, garantindo que a execução ocorra de forma eficiente. É um momento significativo, que dá continuidade à transformação iniciada com as escavações e nos leva à fase estrutural do Orion”, enfatizou o gestor.
A previsão é que a etapa das fundações seja finalizada até o final deste ano. A partir de 2026, terá início a montagem da estrutura e do sistema de cobertura, simbolizando o começo da construção da parte visível do prédio.