Nesta sexta-feira, 5 de setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgaram a Análise da Pesquisa Nacional de Preços da Cesta Básica de Alimentos referente ao mês de agosto. O estudo monitora o valor dos ingredientes da cesta básica em todas as capitais brasileiras. Essa é a segunda edição do boletim, que resulta de uma parceria iniciada no mês passado entre as duas instituições.
O presidente da Conab, Edegar Preto, destacou a importância da colaboração entre Conab e Dieese, expressando otimismo sobre os incentivos do Governo do Brasil à produção de alimentos. Segundo ele, os dados apresentados confirmam o sucesso das políticas agrícolas adotadas.
Nesta semana, a Conab anunciou incentivos a produtores de arroz e feijão para estimular o plantio na próxima safra, incluindo a aquisição de cerca de 400 mil toneladas de arroz e 50 mil toneladas de feijão, além de facilitar o escoamento da produção do sul para centros consumidores, com taxa de juros do Plano Safra fixada em 3%.
O levantamento indicou que o custo dos alimentos básicos caiu em 24 das 27 capitais pesquisadas. Entre julho e agosto de 2025, as reduções mais significativas ocorreram em Maceió (-4,10%), Recife (-4,02%) e Natal (-3,73%). Por outro lado, São Paulo registrou o maior valor da cesta básica, com R$ 850,84, seguido por Florianópolis e Porto Alegre.
Na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, todas as 17 capitais analisadas mostraram aumento no valor da cesta, com variações que foram de 3,37% em Belém até 18,01% em Recife. No acumulado de dezembro de 2024 a agosto de 2025, 13 capitais apresentaram elevação de preços.
Em agosto de 2025, o valor necessário para garantir o sustento de um trabalhador e sua família foi estimado em R$ 7.147,91, correspondente a 4,71 vezes o salário mínimo vigente, estabelecido em R$ 1.518,00. Em julho de 2025, esse valor foi de R$ 7.274,43.
Outro destaque do estudo foi o tempo médio que os trabalhadores necessitaram dedicar para adquirir os itens da cesta, que foi de 101 horas e 31 minutos em agosto de 2025, uma ligeira redução em relação ao mês anterior.
Além disso, a relação entre o custo da cesta e o salário mínimo líquido revelou que, em agosto de 2025, o trabalhador comprometeu 49,89% de sua renda líquida para alimentos, uma leve queda em relação aos 50,94% de julho.
De acordo com a economista Patrícia Costa, esses resultados refletem uma tendência de queda nos preços dos alimentos, o que representa um alívio para o orçamento familiar, mesmo em um contexto de tarifas norte-americanas em alta.
Os itens que mais contribuíram para a redução dos preços na cesta básica incluem arroz, feijão, carne bovina, batata, tomate e açúcar. O arroz apresentou queda em 25 das 27 cidades pesquisadas, enquanto o feijão teve diminuições significativas em diversas capitais. A carne bovina também registrou redução de preços em 18 capitais.
A parceria entre Conab e Dieese, firmada no final de 2024, visa monitorar os preços da cesta básica como parte da política de segurança alimentar e abastecimento no Brasil, ampliando a coleta de dados de 17 para 27 capitais. Os resultados já estão sendo divulgados mensalmente.
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