O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) atingiu R$ 7,939 trilhões em julho, apresentando um aumento de R$ 55,8 bilhões em comparação aos R$ 7,883 trilhões de junho, o que representa uma variação nominal de 0,71%. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) viu seu estoque crescer 0,66%, passando de R$ 7,581 trilhões para R$ 7,630 trilhões. Por outro lado, o estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve uma variação positiva de 1,96% em relação a junho, totalizando R$ 308,05 bilhões (US$ 54,99 bilhões), sendo R$ 255,64 bilhões (US$ 45,63 bilhões) referente à dívida mobiliária e R$ 52,42 bilhões (US$ 9,36 bilhões) à dívida contratual.
Os dados foram divulgados no Relatório Mensal da Dívida (RMD) de julho de 2025, desenvolvido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), durante uma coletiva de imprensa realizada no Ministério da Fazenda. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, apontou que o aumento do estoque da DPF ocorreu mesmo diante de um resgate líquido de R$ 33,8 bilhões, uma tendência que indicaria redução, devido à apropriação de R$ 89,6 bilhões em juros no período.
Na composição da DPF, observou-se uma diminuição da participação da DPMFi, que passou de 96,17% em junho para 96,12% em julho, enquanto a participação da DPFe aumentou de 3,83% para 3,88%. A proporção de títulos que remunera por taxa flutuante subiu de 48,16% para 49,25%, e os vinculados a índices de preços aumentaram de 26,45% para 26,72%. A fatia dos títulos com remuneração prefixada diminuiu de 21,57% para 20,16%. No total, o estoque cresceu R$ 622,953 bilhões no acumulado do ano, representando uma alta de 8,51% em relação a 2024.
Durante a coletiva, Helano Dias comentou sobre o cenário externo de julho, que apresentou indicadores positivos da economia dos Estados Unidos, aumentando o apetite ao risco dos investidores, embora esse efeito não tenha sido sentido diretamente no Brasil, devido ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros e às tensões comerciais com os EUA.
No que diz respeito às emissões e resgates, o RMD de julho revelou uma desaceleração nas emissões em comparação ao primeiro semestre, com um total de R$ 118 bilhões, marcando uma redução de 60% na emissão de títulos prefixados e atrelados a índices de preços, que representaram apenas 40% das emissões do mês. A demanda por títulos com taxa flutuante, como a LFT, cresceu, levando a uma emissão de R$ 69 bilhões, equivalente a 58% do total emitido.
No que toca aos resgates, foram registrados R$ 152,2 bilhões, com 93% relacionados a vencimentos de LTN e NTN-F. O acompanhamento das operações indica que o Tesouro contribuiu para a liquidez do sistema, apresentando um resultado de emissão líquida de R$ 173 bilhões até o momento.
O custo médio da DPF nos últimos 12 meses subiu de 11,41% ao ano em junho para 11,63% em julho, enquanto o custo da DPMFi aumentou de 11,70% para 11,91% anuais. No segmento da DPFe, o incremento foi de 4,41% para 5,04% ao ano, influenciado pela valorização do dólar. O custo médio de emissão também apresentava alta, passando de 13,52% para 13,68%.
O RMD de julho ainda indicou uma redução no colchão de liquidez, que caiu de R$ 1,3 trilhão para R$ 988 bilhões, refletindo também uma diminuição do índice de liquidez, que passou de 8,44 meses para 7,75 meses, embora permanecesse dentro de níveis prudenciais.
Em relação ao Tesouro Direto, o volume de emissões foi de cerca de R$ 7,3 bilhões em julho, contando com resgates de R$ 3,59 bilhões, resultando em uma emissão líquida de R$ 3,68 bilhões. O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 185,74 bilhões, com um crescimento de 2,99% em relação a junho.
O número de investidores no Tesouro Direto atingiu uma marca recorde, com quase 55 mil novos participantes no mês, totalizando aproximadamente 3,1 milhões de investidores no programa. Além disso, a proporção de pequenos investidores, com aplicações de até R$ 5 mil, representa quase 80% das compras realizadas.
As inscrições para a Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (Olitef) estão abertas até 3 de setembro, com um número de inscritos quase três vezes maior que na edição anterior, já somando cerca de 1,5 milhão de alunos participantes.
Quanto ao desempenho de agosto, Helano Dias salientou que os dados do mercado de trabalho sugerem uma flexibilização da política monetária nos Estados Unidos, o que é positivo para os mercados emergentes, incluindo o Brasil. Ele observou uma queda na curva de juros, acompanhada de uma percepção mais favorável em decorrência de ajustes nas tarifas.
As emissões de agosto se mostraram alinhadas aos volumes observados até então, com um total próximo de R$ 153 bilhões. A avaliação do cenário aponta para um mês positivo.
Para mais notícias, acesse o Portal Defesa – Agência de Notícias.