sexta-feira, agosto 1, 2025
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Drone inteligente funciona como um nariz eletrônico para identificar queimadas.

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma nova abordagem para prevenir e combater incêndios florestais, utilizando drones inteligentes que monitoram as emissões de gás carbônico e metano, principais responsáveis pelo efeito estufa. Tal tecnologia deverá ser implementada em breve pelas autoridades na cidade de São Carlos, interior do Estado de São Paulo.

As aeronaves foram criadas na EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo) e estão equipadas com sensores de baixo custo que captam dados e reconhecem informações por meio de inteligência artificial. Os drones têm a capacidade de identificar focos de incêndio antes que se alastrem.

A inovação representa uma alternativa mais ágil e econômica ao monitoramento convencional de queimadas, sendo capaz de detectar e medir continuamente as concentrações atmosféricas de gás carbônico e metano, além de parâmetros como temperatura e umidade do ar. “Realizamos diversos ajustes para integrar sensores de gases específicos, que funcionam em conjunto como um nariz eletrônico”, explicou Glauco Augusto de Paula Caurin, professor da universidade e coordenador do projeto, em entrevista à Agência Fapesp. Após a coleta de dados, sistemas de inteligência artificial serão utilizados para analisar as concentrações e identificar as fontes de emissão.

Os drones se mostram mais eficientes do que os aviões de pesquisa, realizando vários sobrevoos para coletar dados. De acordo com o coordenador do projeto, o grupo está investindo em pesquisa aerodinâmica para aprimorar o desempenho das aeronaves, uma vez que os drones comerciais atualmente têm autonomia de voo de apenas 15 a 30 minutos, o que pode ser insuficiente para áreas florestais extensas.

Em comparação com satélites, que são caros e sobrevoam determinadas regiões a cada dois dias, os drones inteligentes oferecem vantagens adicionais, permitindo uma tomada de decisão mais rápida por parte das autoridades. Além disso, os dados coletados por esses drones podem ser exclusivos. Enquanto aviões e satélites não variam as alturas dos voos, os drones podem capturar informações em diferentes altitudes, possibilitando uma análise mais detalhada da distribuição de gases na região.

“Hoje, mesmo com os melhores satélites, não conseguimos obter essa informação volumétrica. Com os drones, a coleta de dados de gases de efeito estufa deixa de ser uma simples superfície ou mapa e se torna uma informação volumétrica”, destacou o pesquisador.

O projeto foi apresentado na Fapesp Week França, em Toulouse, em junho, e conta com o apoio da agência de fomento à pesquisa científica e tecnológica, no âmbito do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, em parceria com a Shell.

Essa matéria integra a iniciativa #UmSóPlaneta, que une 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Conheça o projeto aqui.

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