O Ministério das Mulheres, em colaboração com o Governo do Rio Grande do Norte, realizou na última sexta-feira (5) um encontro em Natal com o intuito de fortalecer a Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, parte da Caravana Federativa no estado. O evento contou com a presença de representantes dos governos federal e estadual, do Poder Judiciário, do Ministério Público, além de organizações da sociedade civil e coletivos atuantes na área, visando a aumentar a integração e a efetividade das ações de proteção às mulheres.
Durante o encontro, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, enfatizou a necessidade de um sistema integrado para romper o ciclo da violência. “Precisamos dialogar, precisamos de estratégias, pensar em um sistema integrado, articulado, para romper de vez com essa violência”, declarou.
A governadora Fátima Bezerra frisou o caráter coletivo da iniciativa: “O encontro reuniu o Governo do Estado e o Governo Federal, o Poder Judiciário, o Ministério Público, junto com a sociedade civil e os coletivos presentes, justamente com o objetivo de fortalecer cada vez mais essa rede. Para que essa rede se torne uma ferramenta potente para proteger a vida das mulheres.”
A secretária estadual da Mulher, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Júlia Arruda, apontou que os resultados já começam a surgir. “Tivemos uma diminuição de 20% dos casos de feminicídio. Isso não é por acaso. Existe uma vontade política do atual governo em fortalecer os instrumentos de proteção. Mas não podemos nos dar por satisfeitos. A gente quer chegar à marca do feminicídio zero.”
Entre as ações destacadas pelo Governo do Estado estão a criação de sete novas Delegacias da Mulher, a realização de concursos públicos na área da segurança para atender à demanda de pessoal, a implementação da Delegacia Virtual e da Delegacia 24h, a ampliação da Patrulha Maria da Penha, o projeto “Maria da Penha Vai à Escola”, a construção do Hospital da Mulher e a criação da Casa de Acolhimento Anatália de Melo Alves, em Mossoró.
Além disso, o evento contou com a participação de representantes do Comitê de Enfrentamento à Violência (CEAV), do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (CEDIM), da Patrulha Maria da Penha, das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e de órgãos voltados para políticas públicas para as mulheres.
Em Natal, a ministra Márcia Lopes também se reuniu com Juliana Garcia dos Santos, vítima de uma grave tentativa de feminicídio em julho deste ano. Juliana destacou a importância do atendimento humanizado recebido no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), onde passou por cirurgia reconstrutiva facial. “Recebi privacidade, acolhimento e muito carinho de pessoas totalmente humanizadas. Eu nunca estive em uma rede tão boa quanto o Huol”, compartilhou.
Ao lado da governadora Fátima Bezerra e da secretária estadual Júlia Arruda, a ministra ressaltou a força de Juliana. “Ela será mais uma voz em defesa das mulheres, da integridade e da autonomia”, afirmou.
Juliana também alertou sobre os sinais da violência, ressaltando que “a agressão não acontece só fisicamente, mas também na forma psicológica e patrimonial. Temos que estar atentas para não esperar a agressão física acontecer”, enfatizando a importância do canal de apoio pelo Ligue 180.
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