Empresas brasileiras que iniciam atividades de exportação observam um aumento médio de 37,6% no número de empregados. Essa informação é revelada pelo estudo “Efeito aprendizagem nas exportações: como a inserção internacional transforma as empresas brasileiras”, desenvolvido pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).
A pesquisa indica que a entrada no mercado internacional impacta diretamente a geração de empregos formais. Analisando dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e da Secex entre 2010 e 2019, o estudo mostra que esses efeitos positivos se mantêm ao longo do tempo, abarcando empresas de diferentes tamanhos, setores da economia e mercados de exportação.
Embora o salário médio não tenha apresentado variações estatisticamente significativas, a ampliação nas contratações resultou em um crescimento proporcional mais expressivo da massa salarial total das exportadoras. Além disso, uma amostra de empresas que permaneceram ativas entre 2011 e 2018 revelou que os trabalhadores que continuaram nas mesmas empresas experimentaram aumentos salariais médios mais elevados nas exportadoras (31,9%) em comparação com as não exportadoras (29,2%).
O estudo também abordou o efeito de “autosseleção”, que sugere que empresas mais produtivas tendem a se tornar exportadoras, confirmando um real ganho de emprego ligado à atividade de exportação.
Foram analisadas mais de três mil empresas exportadoras nos setores agropecuário, extrativo e de transformação, enquanto setores relacionados a serviços, comércio e construção civil foram excluídos por não se dedicarem principalmente à produção de bens para exportação. A amostra considerou apenas empresas com, pelo menos, cinco empregados em todos os anos analisados, assegurando maior consistência nos dados.
Os achados do estudo também dialogam com o relatório “Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras”, publicado pela Secex em 2023, que revela que as empresas exportadoras são, em geral, maiores, mais qualificadas e oferecem salários superiores em comparação com as não exportadoras, mesmo dentro do mesmo setor e porte.
Os novos resultados reforçam o papel crucial da exportação nas disparidades relativas ao tamanho das empresas, sugerindo que políticas de incentivo à exportação possuem potencial para fomentar a geração de emprego formal no país.
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