Alumínio, veículos rodoviários, autopeças, calçados, açaí, frango e vinho são alguns dos produtos que compõem a balança comercial entre Brasil e Chile. Embora a lista seja extensa, muitas das empresas envolvidas nesse comércio são lideradas por mulheres. Essa informação é fruto do primeiro levantamento realizado em parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Subsecretaria de Relações Econômicas Internacionais do Chile (Subrei), junto com as agências de promoção de exportações de ambos os países.
Os resultados do “Primeiro Estudo Conjunto Brasil-Chile para Medir a Participação das Empresas Lideradas por Mulheres no Comércio Bilateral” revelam um crescimento expressivo da presença feminina nas exportações bilaterais, impulsionado pelo acordo de livre comércio vigente desde janeiro de 2022. Entre 2021 e 2024, o valor total exportado por empresas brasileiras sob liderança feminina para o Chile aumentou mais de 100%.
Diego Afonso de Castro, coordenador-geral de Estudos de Comércio Exterior do MDIC, destaca que este estudo representa um avanço na geração de estatísticas de comércio exterior com enfoque de gênero, permitindo acompanhar a evolução do comércio sob essa perspectiva.
Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil, acrescenta que os dados confirmam o crescimento das empresas lideradas por mulheres e evidenciam histórias inspiradoras, mostrando que essa participação não apenas cresce, mas também gera inovação e impacto positivo.
Os fatores que contribuíram para essa expansão incluem a liberalização do comércio promovida pelo acordo bilateral e iniciativas de promoção comercial conduzidas pela Secex/MDIC e pela Subrei.
O levantamento foi apresentado no Pavilhão do Brasil durante a Expo Osaka 2025, no encerramento da Semana da Mulher, que contou com a presença de importantes representantes do governo e das agências de promoção de exportações.
Este estudo não apenas avalia o impacto do Capítulo de Gênero do acordo em três anos de sua vigência, mas também revela que, do lado brasileiro, as exportações lideradas por mulheres para o Chile cresceram 112%, alcançando mais de US$ 397 milhões. O número de empresas também subiu, atingindo um pico de 526 em 2023.
As exportações brasileiras sob liderança feminina se diversificaram e passaram a incluir setores de maior valor agregado, como alumínio e veículos. Os dados mostram que a participação dessas empresas cresceu, embora ainda esteja abaixo da de empresas chilenas lideradas por homens.
A boa performance das empresas chilenas foi marcada por um aumento de 3,8% ao ano, com um total exportado que cresceu 12,5% nesse período. Contudo, a participação das empresas lideradas por homens ainda supera a das mulheres em 37 pontos percentuais.
Desde 2022, Brasil e Chile têm implementado iniciativas para fortalecer a presença feminina no comércio, resultantes dos compromissos do Capítulo de Comércio e Gênero do Acordo de Livre Comércio. Essa parceria também promoveu avanços globais, como a adesão do Brasil ao Arranjo Global sobre Comércio e Gênero.
Internamente, o Brasil lançou a segunda edição de um estudo sobre a participação das mulheres no comércio exterior e o programa “Elas Exportam”, reconhecido internacionalmente por incentivar o empreendedorismo feminino.
Com a presidência do Brasil no G20, o tema “Mulheres e Comércio Internacional” foi destacado na agenda de comércio e investimentos, resultando em um compêndio de boas práticas para aumentar a presença feminina no comércio global.
Durante a Semana da Mulher em Osaka, que ocorreu entre 24 e 30 de agosto, foram promovidos diálogos sobre o empoderamento feminino com a participação de líderes e especialistas de diversas organizações internacionais.
Para mais notícias, acesse o TecMania.
