Crítica de Ex-Executivo da PlayStation: A Era dos Jogos Longos e suas Implicações
O ex-chefe da divisão PlayStation, Shawn Layden, levantou questões importantes sobre a atual tendência da indústria de jogos: a proliferação de títulos longos demais. Em uma entrevista ao site Player Driven, Layden expressou sua preocupação de que a duração excessiva dos jogos pode prejudicar sua popularidade, especialmente levando em consideração o tempo limitado que muitos jogadores têm devido às responsabilidades profissionais e familiares.
"Eu não quero que você gaste 100 horas nos meus jogos. Eu quero que você abaixe o controle depois de 20 horas e tenha as mãos suadas", afirmou Layden, evidenciando seu desejo por experiências mais concisas e impactantes. Para ele, o tempo é um recurso precioso, e jogos longos podem acabar competindo com as obrigações do dia a dia, o que não é desejável.
Além de criticar a extensão desnecessária dos jogos, Layden enalteceu títulos como Astro Bot, que, segundo ele, conseguiram utilizar eficientemente os recursos disponíveis para criar experiências agradáveis sem prolongar o tempo de jogo. "A Team Asobi teve acesso a tecnologias infinitas, mas fizeram cada nível ser agradável e preciso", comentou, elogiando a capacidade de sintetizar qualidade e eficiência.
Essa visão crítica se estende também a projetos emblemáticos da própria PlayStation. Jogos como The Last of Us Part II e God of War Ragnarök já foram alvo de críticas por suas extensões. Muitos jogadores relataram que esses títulos parecemlongos demais, com uma carga de conteúdo que levou a um cansaço desnecessário, especialmente ao tentarem completar todas as missões e atividades extras.
A discussão traz à tona um dilema que permeia a indústria: seria aceitável pagar US$ 70 (ou até mesmo valores mais altos) por uma experiência de 5 a 10 horas? Para muitos, isso é um desafio. A expectativa do mercado de que um jogo deve oferecer uma experiência prolongada para justificar seu preço é uma pressão que os desenvolvedores enfrentam.
A fala de Layden termina com uma nota reflexiva sobre a percepção da conclusão em jogos modernos. "É um sentimento que nós estamos perdendo… a ideia de uma conclusão", concluiu, destacando a necessidade de reavaliar o formato da narrativa e a estrutura dos games, priorizando a experiência do jogador em detrimento do mero tempo gasto.
Essas considerações não apenas provocam debates entre desenvolvedores e jogadores, mas também podem influenciar a forma como os jogos são projetados no futuro. Conforme a indústria evolui, a busca por equilíbrio entre conteúdo, narrativa e tempo jogável pode ser o caminho para restaurar a conexão emocional que muitos jogadores sentem falta em suas experiências de jogo.