Polidez Virtual e o Custo Real: Uma Reflexão sobre o Uso de IAs
Recentemente, o CEO da OpenAI, Sam Altman, trouxe à tona um ponto intrigante sobre o custo de interagir de maneira educada com chatbots como o ChatGPT. De acordo com suas declarações, os usuários que dizem "por favor" e "obrigado" estão, na verdade, contribuindo para o aumento das despesas operacionais da empresa em "dezenas de milhões" de dólares.
Um Olhar Crítico sobre a Energia Consumida
Essa informação revela não apenas as demandas ocultas de energia dos modelos de IA, mas também a peculiaridade do nosso relacionamento com essas tecnologias. A resposta de Altman foi desencadeada por uma pergunta sobre o impacto energético de sermos educados ao interagir com IAs. Embora muitos de nós não pensemos nesses aspectos enquanto usamos o ChatGPT, a verdade é que os servidores que operam modelos como o GPT-4 exigem imensa quantidade de energia e, crucialmente, mecanismos de resfriamento para evitar o superaquecimento.
Além disso, um estudo recente destacou que a simples geração de um email curto de 100 palavras pode consumir cerca de meio litro de água, devido aos sistemas de resfriamento necessários em centros de dados. Com milhões de usuários fazendo perguntas diariamente, o uso de água e energia se torna ainda mais significativo, sem contar o vasto consumo energético necessário para treinar esses modelos de IA em primeiro lugar.
A Polidez e Seus Reflexos Sociais
A situação se torna ainda mais intrigante quando comparamos essa realidade a ações de outras empresas de tecnologia. Por exemplo, o Google introduziu um recurso chamado "Please" em seu assistente, projetado para incentivar as crianças a serem educadas ao interagir com a IA. O intuito era fomentar boas maneiras, esperando que esse comportamento se refletisse nas interações humanas. Agora, a abordagem da OpenAI nos mostra que essa polidez desejada tem um custo real e tangível.
Reflexões sobre Eficiência e Sustentabilidade
Essas revelações levantam questões importantes sobre a eficiência e o impacto ambiental das IAs. Embora seja socialmente positivo incentivar o respeito em relação à inteligência artificial, os custos mencionados pela OpenAI nos fazem perguntar: até que ponto o consumo de recursos para promover boas maneiras vale a pena? Deveríamos ser mais diretos em nossas interações com assistentes digitais para economizar energia?
Essa discussão não apenas desafia nossa percepção sobre a relação entre tecnologia e recursos do mundo real, mas também embasa um debate mais amplo sobre a sustentabilidade da IA e nossa forma de utilizar essas ferramentas. Em última análise, haverá sempre um equilíbrio entre gentileza e economia de recursos em nossa era digital. Tal reflexão nos convida a reconsiderar não apenas como interagimos com IAs, mas também as implicações mais amplas de nossos comportamentos cotidianos na era da tecnologia avançada.
