Festival Cine Deburu: Uma Nova Era para o Cinema Afro-Religioso
O Festival Cine Deburu, que ocorrerá de 21 a 23 de março de 2025, no Complexo Cultural de Planaltina, no Distrito Federal, promete ser um marco na valorização do cinema afro-religioso. Com apoio da Lei Paulo Gustavo, o evento tem como objetivo exibir e dar visibilidade a curtas-metragens que abordam temáticas relacionadas às religiões de matriz africana, uma área historicamente marginalizada no cenário audiovisual brasileiro.
Andyara Miranda, idealizadora e coordenadora de produção do festival, destaca a importância do financiamento da Lei Paulo Gustavo para a realização do evento. “Sem esse apoio, um evento desse porte, com esse recorte específico, dificilmente aconteceria”, afirma. O festival contará com mostras competitivas, incluindo Melhor Filme de Ficção, Melhor Filme de Não Ficção e Melhor Filme pelo Júri Popular, apresentando um total de 218 filmes de diversas partes do Brasil, focando principalmente em documentários e ficções com até 30 minutos de duração.
Um Espaço para Narrativas Afro-Diaspóricas
O Cine Deburu busca ser mais do que um festival de cinema; pretende ser um espaço de resistência, memória e celebração das produções afro-religiosas. A proposta é proporcionar um ambiente rico em intercâmbios culturais, reforçando a importância da descentralização da produção audiovisual, que muitas vezes se concentra em grandes centros urbanos.
“A realização do festival no Centro-Oeste é uma forma de questionar essa concentração e reafirmar a importância da representatividade geográfica”, analisa Miranda. Para a idealizadora, um evento voltado para a valorização dessas narrativas representa uma conquista significativa, especialmente quando executado por um terreiro de candomblé Ketu, reforçando a legitimidade das histórias apresentadas.
Curadoria e Atividades Formativas
A curadoria dos filmes será realizada por uma equipe composta por artistas e produtores culturais do Distrito Federal, com a missão de trazer narrativas contadas por quem realmente vive essas experiências. A curadora Ana Caroline (Poney) destaca que o festival permite a quebra de preconceitos ao dar voz a histórias que frequentemente não têm espaço na grande mídia.
Além da exibição de filmes, o festival incluirá uma série de debates e atividades formativas, voltadas para capacitar profissionais do audiovisual, o que representa um passo fundamental para o fortalecimento do cinema afro-religioso no Brasil. “Esse movimento é essencial para garantir que o cinema afro-religioso não apenas exista, mas também se fortaleça como linguagem e mercado”, explica Miranda.
Um Novo Caminho para o Cinema Brasileiro
O Festival Cine Deburu não apenas amplia a visibilidade das produções afro-religiosas, como também contribui para a construção de uma identidade cultural mais ampla e representativa dentro do Brasil. Com entrada gratuita, o evento promete ser um importante espaço de promoção da cultura afro-brasileira, convidando o público a embarcar em uma imersão inter-religiosa e a celebrar a riqueza das tradições de matriz africana.
Perguntas Frequentes e Respostas
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O que é o Festival Cine Deburu?
- O Festival Cine Deburu é um evento que visa exibir e valorizar curtas-metragens que abordam temáticas relacionadas às religiões de matriz africana, promovendo a representatividade desse segmento no audiovisual brasileiro.
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Quando e onde será realizado o festival?
- O festival ocorrerá de 21 a 23 de março de 2025, no Complexo Cultural de Planaltina, no Distrito Federal.
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Quais são as categorias das competições do festival?
- O festival contará com três mostras competitivas: Melhor Filme de Ficção, Melhor Filme de Não Ficção e Melhor Filme pelo Júri Popular.
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Qual é o objetivo do festival em relação à cultura afro-brasileira?
- O festival busca fortalecer a visibilidade do cinema afro-religioso, promovendo um espaço de resistência e celebração cultural, além de favorecer o diálogo inter-religioso.
- Haverá atividades além da exibição dos filmes?
- Sim, o festival incluirá um ciclo de debates e atividades formativas, voltadas para capacitar profissionais do audiovisual e promover discussões sobre racismo religioso e representatividade.