A Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos apresentou um recurso ao Tribunal de Apelações contestando a aquisição bilionária da Activision Blizzard pela Microsoft. Alega-se que tal associação pode fortalecer injustamente a posição dominante da empresa no mercado de games, prejudicando a competição e aumentando preços para os consumidores.
O aumento de preços do serviço de assinatura Xbox Game Pass é um dos pontos principais da argumentação da FTC. Segundo a instituição, a Microsoft se valeu de sua ampla influência no mercado para subir as tarifas deste popular serviço de jogos por assinatura, desrespeitando promessas prévias de manter os preços estáveis, mesmo após a integração de grandes títulos da Activision Blizzard ao seu catálogo.
“A degradação do produto, eliminando os jogos mais valiosos do novo serviço da Microsoft, combinada com o aumento dos preços para os utilizadores existentes, é exatamente o tipo de dano ao consumidor causado pela fusão que a FTC denunciou,” declara a FTC em seu recurso.
Um sinal relevante do aprofundamento dessa influência é o planejamento para disponibilizar exclusivamente parte dos títulos da Activision, como o recente Call Of Duty: Modern Warfare 3 e o aguardado Black Ops 6, no Game Pass, coincidindo com o reajuste de preços e suspensão do nível ‘Console’ da assinatura.
Além disso, a demissão em massa na divisão de jogos, que atingiu cerca de 1.900 funcionários, é apontada como uma contradição direta às garantias dadas pela Microsoft às autoridades antitruste de que as duas empresas continuariam atuando de maneira independente mesmo após a magna aquisição.
O caso tem causado grandes discussões sobre a manutenção do livre mercado no setor de videogames e sobre os direitos do consumidor. E, neste cenário, a FTC ainda tem poder considerável para questionar ordeiramente a união estratégica entre Microsoft e Activision Blizzard, podendo inclusive convocar o cancelamento do acordo, suspender as operações ou impor limitações rigorosas para assegurar justa competição e proteger os consumidores de práticas monopolistas.
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