1º Encontro Nacional de Gestores Indígenas: Um Marco para as Políticas Públicas no Brasil
Na última quinta-feira (15), foi inaugurado o 1º Encontro Nacional de Gestores Indígenas no auditório do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em Brasília. Organizado pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o evento segue até sexta-feira (16) e reúne lideranças indígenas de diversas esferas do poder público com o objetivo de fortalecer redes de cooperação e ampliar a presença indígena em espaços institucionais.
O Papel Transformador das Lideranças Indígenas
Durante a mesa de abertura, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, enfatizou a relevância política do encontro, destacando que a presença de líderes indígenas nas estruturas do Estado representa um sinal de transformação histórica. "Quando falamos em ‘aldear o Estado’, nos referimos ao ato de ocupar essas estruturas e modificá-las, não apenas de forma simbólica, mas através da resistência e da construção de um novo Brasil", afirmou Guajajara.
A ministra também ressaltou a importância da parceria com o MGI, destacando que este ministério é fundamental na viabilização das ações indigenistas através da gestão de contratações, licitações e liberações. Ela exemplificou a atuação do MGI na resposta à crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, mencionando um aporte federal de mais de R$ 1,2 bilhão em 2023 para enfrentar os desafios enfrentados pela comunidade.
Ação Interministerial e Apoio Logístico
O secretário-executivo substituto do MGI, Adauto Modesto, também ressaltou a mobilização interministerial liderada pelo MPI e outras entidades durante a crise Yanomami. Ele explicou como o MGI foi essencial para garantir a continuidade das entregas de cestas básicas e outros insumos vitais para a população, afirmando que a estrutura do ministério demonstrou como a gestão pública pode ser transformadora quando alinhada com o planejamento e a cooperação.
Futuro da Representatividade Indígena
O evento ainda contou com participação de outras autoridades que reforçaram a importância da representatividade indígena nas políticas públicas como uma estratégia de transformação social. Cleber Karipuna, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), sublinhou que o encontro é parte de um processo de ocupação institucional, lembrando que, antes de serem gestores, todos são indígenas que trazem consigo as lutas e a cultura de seus povos.
Com uma programação diversificada, o encontro incluem painéis sobre orçamento público, inovação na gestão e experiências locais, além de oficinas práticas de planejamento. O evento se encerrará na sexta-feira (16) com o lançamento da Articulação Nacional de Gestores Indígenas, que visa ampliar a organização e a articulação política das lideranças no serviço público.
Perguntas e Respostas
1. Qual é o objetivo do 1º Encontro Nacional de Gestores Indígenas?
O evento busca fortalecer redes de cooperação, aumentar a presença indígena em instituições públicas e promover políticas públicas mais eficazes e representativas.
2. Quem organizou o evento?
O encontro foi promovido pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
3. Por que a presença indígena nos espaços institucionais é importante?
Ela representa uma transformação histórica, contribuindo para a resistência e construção de um Brasil mais inclusivo e que reconhece as lutas e legados dos povos indígenas.
4. Como o MGI contribuiu durante a crise na Terra Indígena Yanomami?
O MGI foi essencial para viabilizar contratações e entregas de insumos, assegurando respostas rápidas e efetivas às necessidades da população Yanomami durante a crise humanitária.
5. O que será lançado ao final do evento?
O encerramento do encontro incluirá o lançamento da Articulação Nacional de Gestores Indígenas, que visa melhorar a organização e articulação política das lideranças indígenas no serviço público.