Governo Brasileiro Busca Telesat para Concorrência com Starlink
Em uma movimentação significativa no setor de telecomunicações, o governo brasileiro está buscando a parceria da canadense Telesat para estabelecer operações no país e concorrer diretamente com a Starlink, a famosa empresa de internet via satélite de Elon Musk. A iniciativa surge após o recente acordo fechado com a chinesa SpaceSail.
De acordo com informações do jornal Estadão, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, planeja visitar a sede da Telesat, em Ottawa, onde discutirá o desenvolvimento da constelação de satélites de baixa órbita da empresa. A previsão é que a Telesat comece a fornecer serviços de internet via satélite a partir de meados de 2027, o que promete beneficiar principalmente escolas e unidades de saúde localizadas em áreas remotas do Brasil.
A Telesat deve operar aproximadamente 198 satélites em baixa órbita, através do serviço Telesat Lightspeed, ampliando assim as opções de conectividade para o país.
Em declaração sobre a importância dessa parceria, o ministro Juscelino Filho ressaltou a necessidade de diversificar os fornecedores de internet via satélite, enfatizando que um mercado mais competitivo é benéfico para os consumidores. "Este é um mercado em ascensão e que precisa ampliar suas alternativas de fornecedores para ser mais saudável. As empresas querem atuar no Brasil, pois temos um setor de telecomunicações muito desenvolvido, com regulação consolidada e consumidores que anseiam por inovações tecnológicas", afirmou.
As negociações entre o governo brasileiro e a Telesat ocorrem em um contexto em que o próprio governo do Canadá tem pressionado a empresa a acelerar o lançamento de seus satélites, visando reduzir a dependência da Starlink, especialmente após a aproximação da empresa com a administração Trump.
Recentemente, a província canadense de Ontario cancelou todos os contratos com a Starlink, buscando substituir a infraestrutura da empresa pelas soluções oferecidas pela Telesat. Este movimento reflete uma tendência em diferentes partes do mundo, onde países estão buscando alternativas para evitar depender exclusivamente de empresas estrangeiras em setores críticos.
Enquanto o Brasil avança nas negociações com a Telesat, a expectativa é que a chegada de novos provedores de internet via satélite não apenas crie um ambiente mais competitivo, mas também promova a inclusão digital em locais até então negligenciados pelas grandes operadoras de telecomunicações.
Assim, o horizonte brasileiro no campo das telecomunicações parece promissor, com a possibilidade de um futuro mais conectado para todos os cidadãos.
