O Governo Central registrou um déficit primário de R$ 59,1 bilhões em julho, cifra que superou a mediana das expectativas do Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que era de R$ 49,0 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o déficit foi de R$ 8,9 bilhões. Os dados fazem parte do Boletim Resultado do Tesouro Nacional, divulgado nesta quinta-feira (28/08).
A receita líquida em julho de 2025 aumentou em R$ 7,6 bilhões (+3,9%), enquanto a despesa total cresceu R$ 57,4 bilhões (+28,3%) em comparação a julho de 2024. O resultado combinado do Tesouro Nacional e do Banco Central foi um déficit de R$ 16,4 bilhões, e o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) apresentou um déficit de R$ 42,7 bilhões.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Governo Central teve um déficit primário de R$ 70,3 bilhões, inferior aos R$ 76,2 bilhões observados no mesmo período de 2024. A receita total nesse intervalo alcançou R$ 1,7 trilhão, em comparação aos R$ 1,5 trilhão do ano anterior, com crescimento impulsionado por aumentos nas Receitas Administradas pela Receita Federal (+R$ 52,0 bilhões) e na Arrecadação Líquida para o RGPS (+R$ 15,2 bilhões).
As despesas totais até julho de 2025 somaram R$ 1,4 trilhão, superando os R$ 1,3 trilhão de 2024, com acréscimos acentuados em Benefícios Previdenciários (+R$ 29,2 bilhões), Pessoal e Encargos Sociais (+R$ 8,2 bilhões) e Benefícios de Prestação Continuada (+R$ 7,3 bilhões), influenciados pelo pagamento de precatórios.
Durante a coletiva de imprensa que divulgou os resultados de julho, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, enfatizou a crescente importância do equilíbrio fiscal, comparando os números de 2024 com os de 2025. A coletiva, realizada na sede do Ministério da Fazenda em Brasília, contou com a presença da secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Silva Varga, e do subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Athayde.
De acordo com o relatório do Tesouro, as receitas em julho de 2025 mostraram crescimento, impulsionadas por aumentos de 5,8% nas Receitas Administradas pela Receita Federal (+R$ 8,9 bilhões), 3,1% na Arrecadação Líquida para o RGPS (+R$ 1,6 bilhão) e 0,3% nas Receitas Não Administradas (+R$ 96,6 milhões).
Entre os tributos administrados, houve destaque para o IRPJ (+R$ 4,1 bilhões) e a CSLL (+R$ 1,4 bilhão), cujas arrecadações foram favorecidas por um bom desempenho nas estimativas mensais e lucros presumidos, além de pagamentos extraordinários por instituições financeiras. Também foram destacados aumentos na Cofins (+R$ 3,8 bilhões) e Outras Receitas Administradas (+R$ 1,2 bilhão).
O crescimento das despesas primárias em julho de 2025 foi atribuído principalmente ao pagamento de precatórios, que afetou directamente itens como Sentenças Judiciais e Precatórios (+R$ 35,6 bilhões), Benefícios Previdenciários (+R$ 20,7 bilhões) e Pessoal e Encargos Sociais (+R$ 6,9 bilhões). O relatório ressaltou que o aumento em sentenças e precatórios resulta da execução concentrada de pagamentos judiciais.
Os benefícios previdenciários e de prestação continuada foram pressionados por pagamentos relacionados, reajuste do salário-mínimo e aumento no número de beneficiários. O relatório também indicou uma redução nas despesas com Créditos Extraordinários (-R$ 2,1 bilhões) e nas despesas Obrigatórias com Controle de Fluxo (-R$ 1,8 bilhão), especialmente no programa Bolsa Família, além de uma queda nas despesas Discricionárias (-R$ 4,2 bilhões).
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