O Governo do Brasil lançou, na última quinta-feira (4 de setembro), o Programa Gás do Povo, que oferece gratuidade no botijão de gás de cozinha para famílias em situação de vulnerabilidade. A iniciativa deverá beneficiar cerca de 50 milhões de pessoas, equivalente a aproximadamente 15,5 milhões de residências, triplicando a cobertura do Auxílio Gás.
Estima-se que 65 milhões de botijões de gás sejam distribuídos anualmente para as famílias cadastradas no Cadastro Único. O investimento para 2025 está projetado em R$ 3,57 bilhões, já contemplados na Lei Orçamentária Anual (LOA), enquanto a previsibilidade para o próximo ano é de R$ 5,1 bilhões.
O acesso ao gás de cozinha é visto como uma questão de justiça social, fundamental para a saúde e segurança alimentar da população de baixa renda. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a relevância do programa durante o lançamento em Belo Horizonte. “Todos têm direito a comer, e para isso precisam de alimento e de gás para cozinhar. O que falta no país não é dinheiro, mas o respeito e a dignidade que o povo brasileiro merece”, afirmou Lula.
O benefício será disponibilizado para famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759), priorizando aquelas que já recebem o Bolsa Família. Os beneficiários do Auxílio Gás continuarão a receber o valor do benefício durante a transição para o novo programa.
Desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Gás do Povo começará a ser disponibilizado em novembro de 2025. O ministro Wellington Dias, presente na cerimônia, vislumbra a implementação total do programa, prevendo que, até março do próximo ano, mais de 15 milhões de famílias estejam sendo atendidas.
O acesso a fontes limpas de cocção é considerado um direito humano. Durante uma visita a uma família, o ministro destacou a importância do programa, ressaltando os riscos da utilização de lenha e carvão para cozinhar.
Com a mudança para o novo programa, os beneficiários poderão retirar o botijão de gás em revendas, apresentando um vale eletrônico disponível no aplicativo Gás do Povo, ou utilizando um cartão do programa, ou ainda um vale impresso retirado em agências da Caixa Econômica Federal.
Os pontos de revenda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) poderão se credenciar voluntariamente ao programa. Os distribuidores que aderirem serão identificados com a logomarca do Gás do Povo. O crédito do benefício será transferido diretamente às revendas, com a adesão à iniciativa assegurando condições para reduzir desigualdades regionais.
O Nordeste será a região mais beneficiada, com mais de 7,1 milhões de lares atendidos. Os estados que se destacam, com mais de um milhão de famílias beneficiadas, incluem São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Além de aliviar o orçamento familiar, o Gás do Povo terá uma influência positiva na saúde pública e na segurança alimentar. Dados mostram que 12 milhões de domicílios no Brasil ainda utilizam lenha e gás de forma combinada, afetando especialmente as famílias de baixa renda. Estudos indicam que essa prática aumenta consideravelmente o risco de infecções respiratórias em crianças e favorece doenças pulmonares crônicas nas mulheres.
O programa também reforça o compromisso do Brasil com a Agenda 2030 da ONU, especialmente o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 7), que busca garantir acesso universal a tecnologias limpas de cocção, alinhando-se à discussão sobre uma transição energética justa em fóruns como o G20 e os BRICS.
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