Celebrado em 4 de setembro, o Dia Mundial da Saúde Sexual destaca a importância da saúde sexual como um componente essencial do bem-estar físico, mental e social. Para o Ministério das Mulheres, a temática é crucial no combate às desigualdades de gênero e na promoção da autonomia feminina.
A saúde sexual abrange mais do que a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); inclui também o direito ao acesso a informações de qualidade, atendimento integral no Sistema Único de Saúde (SUS) e proteção contra discriminação e violência. A vivência segura e plena da sexualidade, o fortalecimento de relações pessoais, a valorização da vida e a liberdade na construção da identidade são fundamentais. Elementos como prazer, respeito, autoconfiança e comunicação saudável são vitais para a construção de relações justas e igualitárias.
Em outubro de 2025, o SUS iniciará a oferta gratuita do Implanon, um implante contraceptivo subdérmico com eficácia de até três anos. A expectativa é distribuir 1,8 milhão de unidades até 2026, sendo 500 mil em 2025, com um investimento estimado de R$ 245 milhões. Atualmente, o custo do implante no setor privado varia entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. A gratuidade no SUS reforça o compromisso em reduzir gestações não planejadas e melhorar o planejamento familiar, contribuindo para a diminuição da mortalidade materna, especialmente entre mulheres negras, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A implementação do Implanon será gerida pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, que treinara médicos e enfermeiros para a aplicação e remoção do dispositivo. O Implanon se junta a outros métodos já disponíveis no SUS, como preservativos, pílulas anticoncepcionais, DIU de cobre, métodos injetáveis e cirurgias de esterilização, sendo o segundo classificado como LARC (contraceptivo reversível de longa duração), ao lado do DIU de cobre.
Desde 23 de julho, o Brasil conta com a Política Nacional de Enfrentamento ao HPV, formalizada pela Lei nº 15.174, assinada pelo presidente Lula e ministros, incluindo Márcia Lopes (Mulheres). O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e pode ocasionar desde verrugas genitais até cânceres, como o de colo do útero. A nova política proposta inclui ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, abrangendo exames clínicos, acompanhamento de infectados e campanhas educativas, além de promover pesquisas e a colaboração entre órgãos públicos e a sociedade civil.
A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção, disponibilizada gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos. A cobertura vacinal contra o HPV tem avançado: entre meninas, passou de 78,38% em 2022 para 82,77% em 2024; entre meninos, de 45,43% para 67,21% no mesmo período.
Em 15 de agosto de 2025, o Ministério da Saúde iniciou a implementação do teste de biologia molecular DNA-HPV no SUS. Desenvolvida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (Fiocruz), essa tecnologia 100% nacional identifica 14 genótipos do HPV, principal causador do câncer de colo do útero, permitindo o diagnóstico do vírus antes do surgimento de lesões ou câncer em estádio inicial.
Mais sensível e preciso que o exame Papanicolau, o novo método será oferecido inicialmente em 12 estados e no Distrito Federal, com planos de abrangência total em todo o país até 2026. A expectativa é rastrear cerca de 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos anualmente. Essa iniciativa faz parte do Plano Nacional para o Enfrentamento do Câncer do Colo do Útero, que aumenta as chances de cura pelo tratamento precoce, reduzindo a necessidade de exames repetidos, ampliando os intervalos de rastreamento para até cinco anos e garantindo maior equidade no acesso ao diagnóstico, incluindo regiões remotas. O teste substituirá gradualmente o Papanicolau, que será usado apenas para casos confirmatórios, permitindo ao Brasil alinhar-se às melhores práticas internacionais e dar um passo histórico na promoção da saúde da mulher.
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