O Governo Federal realizou na madrugada desta quinta-feira (4) mais uma operação de recepção humanitária a brasileiros repatriados dos Estados Unidos. Um voo aterrissou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), por volta da meia-noite, trazendo 100 pessoas. A ação atende a uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e faz parte do programa “Aqui é Brasil”, lançado em agosto com o objetivo de assegurar acolhimento digno e proteção dos direitos dos cidadãos repatriados ou deportados.
Os repatriados foram recepcionados em uma estrutura que ofereceu alimentação, kits de higiene pessoal, apoio psicossocial e transporte terrestre até suas cidades de origem. Os estados de destino mais comuns incluem Minas Gerais, Rondônia, São Paulo e Goiás, sendo Minas Gerais um destaque devido ao histórico de migração para os Estados Unidos.
Dados oficiais indicam que a maioria dos repatriados é composta por homens desacompanhados (80%), seguidos por mulheres desacompanhadas (15%). Dois passageiros pertenciam a famílias (2%), dois estavam sob custódia da justiça (2%) e outros dois apresentaram condições médicas (um homem e uma mulher). No total, 84% dos repatriados são homens e 16% mulheres, com a maior parte na faixa etária económica ativa. Entre eles, 42% têm entre 30 e 39 anos, 28% entre 18 e 29 anos, e 21% entre 40 e 49 anos, além de 3% com mais de 60 anos e apenas um caso de criança de até 4 anos.
A secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Élida Lauris, destacou o aumento significativo nas deportações. De acordo com ela, o fluxo passou a ser semanal, refletindo um endurecimento nas políticas migratórias dos Estados Unidos. A secretária expressou preocupação com a tendência global de fechamento de fronteiras, que está afetando a mobilidade e os direitos humanos.
A escolha do Aeroporto de Confins para a recepção foi considerada um avanço na política de acolhimento. Essa estratégia permite que os repatriados retornem mais próximos de suas famílias, evitando um novo deslocamento traumático. A secretária enfatizou a importância de reduzir o sofrimento causado pela deportação, que já implica perdas familiares e situações de detenção.
O programa “Aqui é Brasil” é coordenado pelo MDHC em parceria com vários ministérios e organismos internacionais, como a Organização Internacional para as Migrações. A iniciativa assegura atendimento humanizado, apoio psicossocial e transporte para reintegração social dos brasileiros deportados ou repatriados.
Desde fevereiro, mais de 1,8 mil brasileiros já foram acolhidos em operações humanitárias organizadas pelo Governo Federal, predominantemente oriundos dos Estados Unidos.
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