Governo estabelece parceria com UnB para etapas de construção das Casas da Mulher Indígena
O governo brasileiro firmou uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB) para impulsionar a construção das Casas da Mulher Indígena (CAMI), uma iniciativa que visa oferecer apoio e acolhimento a mulheres indígenas enfrentando situações de violência. O evento de lançamento da parceria ocorreu na última segunda-feira, 9 de dezembro, e faz parte de um esforço interministerial para combater a violência de gênero contra esse grupo vulnerável.
As Casas da Mulher Indígena representarão um espaço multifuncional, concebido para respeitar e atender às especificidades das mulheres indígenas, que muitas vezes não encontram suporte nas estruturas de atendimento convencionais. Durante o evento, Lídia Guajajara, representando a Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas, enfatizou a necessidade de ouvir as demandas e anseios desta população historicamente excluída, destacando que "muitas vezes os casos de violência nem são notificados" devido à falta de canais adequados de comunicação e apoio.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou que as Casas da Mulher Indígena serão independentes da Casa da Mulher Brasileira, já existente no país, o que permitirá um atendimento mais direcionado e sensível às demandas deste público específico. “Precisamos de diálogos constantes com as mulheres indígenas, para que a concepção arquitetônica e as políticas de atendimento sejam desenvolvidas de forma colaborativa”, afirmou a ministra.
Essa iniciativa surge como um desdobramento das conferências territoriais realizadas em parceria com a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e tem como objetivo implementar políticas públicas mais eficazes e inclusivas. O projeto também faz parte do maior escopo do Projeto Guardiãs, que visa criar uma rede de proteção e prevenção à violência contra as mulheres indígenas e será suportado por outras instituições, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).
As CAMIs terão como base um modelo participativo, buscando integrar saberes tradicionais e técnicas de construção sustentáveis, respeitando as características culturais e ecológicas de cada bioma brasileiro. O governo planeja construir seis unidades, uma em cada bioma do país, atendendo a um número crescente de mulheres que necessitam de suporte.
A primeira grande conferência nacional dedicada às mulheres indígenas está prevista para março de 2025, e deverá reunir lideranças e representantes de diversos territórios para discutir e planejar estratégias de enfrentamento à violência e promoção de direitos.
Perguntas Frequentes (FAQs)
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O que são as Casas da Mulher Indígena (CAMI)?
As CAMIs são espaços multifuncionais destinados a acolher e apoiar mulheres indígenas que estão em situações de violência, oferecendo serviços e atendimentos especializados. -
Como a parceria com a UnB contribuirá para o projeto?
A UnB auxiliará na elaboração do projeto arquitetônico das CAMIs, garantindo que as construções considerem as necessidades e especificidades culturais das mulheres indígenas. -
Quais serviços serão oferecidos nas Casas da Mulher Indígena?
As CAMIs oferecerão atendimento psicossocial, orientação jurídica e suporte em saúde, com profissionais capacitados, incluindo antropólogos e advogados indígenas. -
Qual é o objetivo das conferências territoriais mencionadas?
As conferências têm como meta ouvir e coletar as demandas das mulheres indígenas, visando a criação de políticas públicas que atendam suas realidades e necessidades. - Quando será a primeira Conferência Nacional das Mulheres Indígenas?
A conferência está prevista para ocorrer em março de 2025, reunindo lideranças e participantes de todo o país para discutir ações de enfrentamento à violência.