A Nova Fase de Hulk: Uma Jornada ao Fundo do Poço da Criatividade
A nova fase da revista The Incredible Hulk começou com grande promessa, funcionando como uma sequência espiritual da aclamada saga Hulk Imortal. No entanto, quase dois anos depois, o enredo e a caracterização de Bruce Banner se distorceram de forma drástica, apresentando um poder sobrenatural que parece surgir do nada, muito além das expectativas e aceitação dos fãs.
Descaracterização de Bruce Banner
Desde o início, a trama parecia capturar a essência sombria do Hulk, misturando horror cósmico à narrativa. Contudo, tal abordagem perdeu força ao longo do tempo. O personagem, que antes era um gênio cientista e o maior especialista em radiação gama, agora se encontra em um nível de autoconfiança fragilizada e crises de pânico, preso em uma narrativa que não só o transforma em um andarilho desgrenhado, como também o afasta de qualquer relevância no universo Marvel.
Os desenvolvimentos mais recentes da história revelam uma Nova Orleans sombria, com “monstros da semana” que alteram radicalmente a origem do Hulk. O autor Phillip Kennedy Johnson parece ter se afastado das nuances emocionais que tornavam Bruce Banner um personagem tão cativante. O Banner apresentado agora é semelhante a um mendigo, repleto de futilidades e sem contribuir para o avanço da narrativa. E o que agora se percebe é uma série de personagens sem carisma, arbitrariamente entrelaçados na história de Banner.
A Invenção de Poderes Sobrenaturais
Em The Incredible Hulk #22, a narrativa se aprofunda em um terreno questionável. O vilão conhecido como Ancião, que se tornou cansativo após mais de dez edições, demonstra a falta de criatividade que permeia essa fase. Charlie, a jovem fã do Hulk que carregava um potencial emocional, acabou enredada em diálogos esquecíveis, transformando-se em uma figura caricata ao invés de um símbolo de resistência.
O clímax ocorre quando Banner, em um momento de total desespero e falta de lógica narrativa, adquiriu a habilidade de projetar sua essência nas mentes de monstros, transformando-se em um espirito que vagueia por paisagens melancólicas. A ideia de um Banner sem higiene, vagando como um espectro por Nova Orleans, é um teste de paciência até mesmo para os fãs mais dedicados.
Expectativas Frustradas
A arte gráfica na série é reconhecível, embora as representações dos personagens faltem profundidade. O visual do Hulk, com seu cabelo de surfista, é apenas mais um indicativo do descaso com o qual a caracterização é tratada sob a atual escrita. É desanimador ver um personagem que deveria ser uma força da natureza se transformar em uma sátira do que já foi.
Diante disso, os fãs clamam por um retorno à essência de Bruce Banner, desejando que ele reassuma seu papel como um personagem complexo e multifacetado. Ao invés de ser apenas uma sombra de seu potencial, espera-se que ele consiga resgatar sua autoestima e relevância, ao invés de proferir poderes sobrenaturais sem fundamentos.
Conclusão
A nova fase de The Incredible Hulk passa por um momento particularmente conturbado. A mistura de horror, horror cósmico e a luta interna de Bruce Banner se desvia da proposta inicial e se transforma em um banho de lama criativa. Com a atual direção, onde histórias cativantes se tornaram relatos de banalidade, resta aos fãs uma intensa expectativa e esperança de que o Hulk retorne ao que sempre se propôs a ser: um dos mais complexos e vibrantes heróis do universo Marvel.