O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, representou o Governo do Brasil em uma visita técnica ao primeiro Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami), no Território Yanomami, em Roraima, no sábado (6). A visita marcou o início das atividades dessa unidade, que recebeu um investimento federal de aproximadamente R$ 29 milhões, visando aumentar a capacidade de atendimento e melhorar a infraestrutura, assim como a qualidade da assistência para as comunidades indígenas da região.
Padilha destacou a importância da modernização do atendimento: “A última construção aqui foi em 1992. Estamos trazendo a saúde da Terra Indígena Surucucu para o século XXI, com equipamentos modernos, melhores condições de trabalho para os profissionais e acolhimento digno para a população indígena.”
O projeto é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ministério da Saúde, a Central Única das Favelas (Cufa) e a organização Target Ruediger Nehberg Brasil. Também conta com o apoio do Exército e dos Ministérios da Defesa e de Minas e Energia. O ministro reafirmou o compromisso do governo em enfrentar os riscos enfrentados pelo povo Yanomami, com a entrega de outras duas unidades até o final do próximo ano.
O CRSI Xapori Yanomami atenderá cerca de 10 mil indígenas de 60 comunidades, garantindo que casos agudos e graves sejam tratados no próprio território, o que diminui a necessidade de remoções para centros urbanos. Padilha ressalta que, ao iniciar o governo do presidente Lula, apenas sete polos tinham profissionais de saúde, enquanto hoje já são mais de 30.
Com uma área construída superior a 1.300 m², o centro poderá acolher até 120 pacientes e acompanhantes, dividindo-se em três blocos principais: um destinado ao alojamento de profissionais de saúde, outro voltado aos atendimentos e um refeitório.
O Centro conta com equipamentos para assistência hospitalar e ambulatorial, incluindo recursos para diagnósticos diversos, salas de estabilização e sistemas sustentáveis de energia e abastecimento de água. Segundo o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, a presença dessa unidade possibilitará um atendimento mais resolutivo, incluindo um laboratório de análises clínicas que evitará deslocamentos complexos para os indígenas.
Dados preliminares indicam uma redução de 33% no número de óbitos entre indígenas no território Yanomami nos últimos dois anos, com quedas significativas em mortes por doenças respiratórias, malária e desnutrição. A força de trabalho de profissionais de saúde no território mais que dobrou desde 2022, refletindo também em um aumento expressivo no número de atendimentos realizados.
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, que abriga todos os 37 polos de saúde em funcionamento, foi pioneiro na saúde indígena no Brasil. Desde o início da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, foram investidos cerca de R$ 256 milhões na melhoria da infraestrutura desses estabelecimentos de saúde.
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