Qual é a contribuição da Nova Indústria Brasil (NIB) para a reindustrialização do país, especialmente no setor de saúde? Para explorar essa questão, um painel durante a 77ª Reunião Anual da SBP reuniu especialistas da área, como Reinaldo Guimarães (UFRJ), Julia Paranhos (UFRJ) e Verena Hitner Barros (MCTI).
Reinaldo Guimarães apresentou uma linha do tempo destacando ações significativas do governo brasileiro no combate à desindustrialização na saúde: “1994, com a Primeira Conferência Nacional de CT&I em Saúde; 2003, a criação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; 2004, a 2ª Conferência Nacional de CT&I em Saúde; de 2008 a 2016, a implantação da Política de Desenvolvimento Produtivo na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e no Complexo Econômico-Industrial da Saúde/MS; de 2017 a 2022, o encerramento da instância gerencial da política; em 2024, a Política Industrial em Saúde (NIB).”
Julia Paranhos reforçou essa cronologia: “Observamos um crescimento a partir de 2007. A indústria farmacêutica lidera o setor de transformação em termos de produção física anual. Ela está entre os segmentos em expansão, aumentando sua capacidade produtiva”, destacou.
Por que queremos indústria?
Verena Hitner, diretora do Departamento de Governança e Indicadores de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, questionou a relevância da indústria no Brasil.
“Não buscamos a indústria apenas porque é algo positivo. Queremos a indústria porque desenvolvê-la no país implica aumentar a complexidade da economia, melhorar nossa inserção no cenário internacional, garantir que nossa soberania seja respeitada e, além disso, promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirmou Verena.
A proposta da Nova Indústria Brasil é, assim, produzir mais no país — incluindo medicamentos, vacinas, equipamentos médicos e tecnologias avançadas — gerando empregos qualificados, impulsionando a economia e assegurando a soberania sanitária. Com isso, a política industrial se alinha ao bem-estar da população e à construção de uma nação menos suscetível a crises globais, como ficou evidente durante a pandemia.