A Justiça italiana decidiu manter a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) presa em regime fechado, após a atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) que comprovou a legalidade de sua detenção para fins de extradição. A Corte de Apelação de Roma rejeitou pedidos da defesa para a libertação ou conversão da prisão em domiciliar.
O tribunal destacou o elevado risco de fuga da parlamentar, que entrou na Itália logo após sua prisão preventiva ser decretada no Brasil. A prisão foi determinada em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), datada de 4 de junho de 2025. A corte italiana qualificou este risco como “de mais alto grau”, desconsiderando os argumentos da defesa.
Além disso, a Corte de Apelação apontou a falta de evidências sobre a suposta injustiça da condenação no Brasil. Para os juízes, Zambelli não demonstrou interesse significativo pelo país italiano, evidenciado pelo seu desconhecimento do idioma, que exigiu a nomeação de um intérprete durante o processo. Trechos de uma entrevista dada por ela no dia de sua prisão, em que mencionou dificuldades de localização pelas autoridades, foram também considerados.
Quanto às alegações de problemas de saúde que poderiam levar à revisão da prisão, um perito designado pela corte não encontrou justificativas que respaldassem a detenção da parlamentar, que se mantém durante o processo de extradição. Embora tenha sido mencionada uma condição de transtorno depressivo, não foram encontradas evidências de automutilação ou comportamento anticonservador, e outras questões relacionadas à sua saúde mental podem ser tratadas.
A defesa havia contestado a prisão cautelar com três argumentos principais, todos rejeitados pela corte. Assim, a Corte de Apelação não acatou as alegações sobre a falta de condições de saúde adequadas, a inexistência de um pedido internacional de prisão válido e a ausência de uma solicitação formal de extradição.
Carla Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF. A primeira, a dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, em colaboração com o hacker Walter Delgatti Neto. Após essa condenação, a parlamentar fugiu para a Itália, onde foi presa em julho, em uma operação conjunta entre as autoridades brasileiras e italianas.
Na segunda condenação, imposta por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, a pena foi fixada em 5 anos e 3 meses de prisão, em regime semiaberto, além de multa equivalente a 400 salários-mínimos da época (2022), com atualização monetária. A decisão também decretou a perda do mandato parlamentar, a ser efetivada após o trânsito em julgado da condenação.
Para mais notícias, acesse o TecMania.