Brasil e Japão: uma nova era para o mercado de carnes e energia renovável
Na busca por fortalecer os laços comerciais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniram na terça-feira (25) com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O objetivo principal foi discutir a abertura do mercado japonês para a carne brasileira, um tema que esteve na pauta de negociações por mais de 20 anos.
Durante o encontro, Lula enfatizou a importância da presença de empresários nas discussões comerciais, ressaltando que, apesar de estar abrindo portas, são eles que realmente negociam. "O presidente, o que ele faz é abrir a porta. Mas quem sabe fazer negócio são vocês, não o presidente nem o deputado”, declarou.
O presidente também destacou que o comércio entre Brasil e Japão já foi mais robusto. "Em 2011, o fluxo comercial chegou a 17 bilhões de dólares, enquanto atualmente está em cerca de 11 bilhões. Isso significa que temos uma oportunidade de recuperar 6 bilhões de dólares nessa visita", apontou Lula.
Além das carnes, o governo brasileiro busca expandir as relações comerciais com o Japão em setores como aeronáutica e energias renováveis. Com a crescente demanda por energia limpa no mundo, Lula mencionou o potencial do Brasil em se tornar um líder na produção de etanol e hidrogênio verde. "Se o Japão usar 10% de etanol na gasolina, será um salto extraordinário, não apenas para a exportação, mas também para a produção local", afirmou.
Carlos Fávaro, por sua vez, sublinhou que o Brasil está pronto para atender às exigências sanitárias do Japão para a carne bovina. "O ajuste nos protocolos sanitários de aves e o reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação em mais estados amplia também o mercado para a carne suína", declarou, referindo-se a um histórico de negociações que busca finalmente abrir as portas do mercado japonês para a carne brasileira.
Fávaro também informou que, nos últimos dois anos, o Brasil abriu 344 novos mercados para produtos do agronegócio, um recorde que demonstra a capacidade do país de garantir segurança alimentar global. "O Brasil está preparado para ser um suprimento para o mundo em crises alimentares e sanitárias", concluiu.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reforçaram a importância da infraestrutura logística para viabilizar as exportações. "O Brasil exporta de maneira mais barata do que muitos países, o que é uma vantagem competitiva crucial", destacou Renan Filho.
A expectativa sobre os resultados dessa missão é alta, com empresários como Renato Costa demonstrando otimismo. “O Japão é um mercado importante, o terceiro maior importador. Vejo que é bom para a indústria, para o produtor, para o país. Estamos confiantes", finalizou.
Perguntas e Respostas
1. Qual é o objetivo da visita de Lula ao Japão?
O principal objetivo é abrir o mercado japonês para a carne brasileira e discutir novas oportunidades de negócios em setores como aeronáutica e energias renováveis, especialmente etanol.
2. Quais são as vantagens da carne brasileira para o mercado japonês?
As indústrias brasileiras estão aptas a atender às exigências sanitárias do Japão, e o Brasil é um importante fornecedor de carne bovina e suína, além de ser livre de febre aftosa sem vacinação em vários estados.
3. Como o Brasil se destaca na transição energética?
O Brasil se destaca pelo avanço na produção de etanol e hidrogênio verde, propondo aumentar a mistura de etanol na gasolina e posicionando-se como um líder em energias renováveis.
4. Qual é o impacto da logística nas exportações brasileiras?
A infraestrutura logística superior do Brasil permite que o país mantenha custos de exportação mais baixos que muitos concorrentes, facilitando o escoamento de produtos agrícolas e aumentando a competitividade no mercado internacional.
5. O que foi destacado sobre a segurança alimentar do Brasil?
O Brasil confirmou sua capacidade de ser um suprimento para o mundo em crises alimentares, tendo aberto 344 novos mercados nos últimos dois anos, o que representa um forte potencial para a segurança alimentar global.
