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Margareth Menezes visita o Teatro de Contêiner Mungunzá e reitera seu compromisso com a promoção da cultura nas periferias de São Paulo

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, realizou nesta sexta-feira (5) uma série de atividades em São Paulo, incluindo uma visita ao Teatro de Contêiner Mungunzá, um espaço cultural destacado pela ocupação artística no centro da cidade. O objetivo da agenda foi fortalecer o diálogo com coletivos, instituições e artistas, ressaltando a cultura como um direito e um instrumento de transformação social.

Durante sua visita, Menezes reiterou o compromisso do Governo Federal em manter o espaço. “É fundamental que o grupo se escute e compreenda suas necessidades reais. O Governo pode auxiliar nesse processo, seja na mediação ou no apoio a uma eventual nova instalação”, enfatizou.

Em 19 de agosto, o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Nacional das Artes (Funarte) expressaram repúdio à ação da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, que tentou desocupar artistas do teatro e integrantes da ONG Tem Sentimento de um prédio adjacente. Em um ofício ao prefeito Ricardo Nunes, a ministra e a presidenta da Funarte, Maria Marighella, solicitaram a prorrogação do prazo para desocupação, visando viabilizar soluções com a Superintendência do Patrimônio da União.

“Nossa função é escutar, dialogar e encaminhar. A Funarte está estruturando políticas para garantir apoio real e a longo prazo a coletivos culturais, como o Mugunzá. Essa é a orientação da ministra: fortalecer espaços e grupos que já atuam no território, pois são eles que sustentam a base cultural do Brasil”, reforçou Leonardo Lessa, diretor-executivo da Funarte.

O Teatro de Contêiner Mungunzá, instalado em 2016 em um terreno da prefeitura, encerrou a agenda na capital paulista. O espaço se tornou referência em artes cênicas e resistência cultural, situado próximo à antiga Cracolândia, oferecendo uma programação inovadora e comunitária.

Nos últimos meses, o teatro enfrentou ameaças de despejo devido a projetos habitacionais. O MinC, junto à Funarte, tem trabalhado para garantir diálogo entre o espaço e as autoridades estaduais e municipais, visando a continuidade das atividades.

Marcos Felipe, diretor artístico do teatro, destacou a relevância do espaço na cultura pública. “Apesar de vitórias judiciais, o temor de despejo persiste. O que fazemos aqui é um trabalho de base, um espaço de resistência. Retirar o teatro seria simbólico, pois calaria a única voz dedicada à cidadania e às lutas progressistas nesta região”, afirmou.

Lucas Bêda, gestor do local, ressaltou que o espaço é um dos raros ambientes democráticos da cidade, construído coletivamente. “Recebemos estudantes e coletivos periféricos. O despejo não seria apenas uma remoção física, mas um silenciamento. Precisamos de mediação para que, se houver mudança, seja feita com dignidade”, defendeu.

A vereadora Luna Zarattini também comentou sobre o contraste entre o apoio federal e as dificuldades locais. “O governo Lula tem proporcionado um respiro para a cultura, enquanto em São Paulo seguimos enfrentando ataques e privatizações de equipamentos históricos. O Mugunzá simboliza a resistência contra a especulação imobiliária”, ressaltou.

A roda de conversa contou com a participação de autoridades como Henilton Menezes, Roberta Martins e Tião Soares, além de integrantes do coletivo.

Na parte da tarde, a comitiva do MinC visitou o Instituto Brasileiro de Teatro (iBT), reinaugurado com apoio da Lei Rouanet. Fundado em 2021, o instituto visa democratizar o acesso ao teatro no Brasil, oferecendo ingressos gratuitos ou a preços populares e promovendo formações para artistas.

Margareth Menezes parabenizou o trabalho do instituto, que se apresenta como um “espaço de amadurecimento de projetos voltados para o teatro”. A reunião contou com representantes da Funarte e do MinC, além dos fundadores do iBT.

O instituto busca repensar o teatro brasileiro, promovendo um ambiente acessível e aprendendo com práticas do audiovisual. “Nosso sonho é tornar o teatro mais popular e democrático”, destacou Léo Lessa.

O local, que passou por revitalização, agora abriga diversas salas de ensaio e atividades. Com a ajuda da Lei Rouanet, o iBT ampliou seu alcance, atendendo 120 mil pessoas e impactando mais de 150 grupos por meio de espetáculos e oficinas.

O compromisso do iBT é nacional, visando a democratização e inovação no teatro. Para 2025, a meta é captar R$ 23 milhões para ações em São Paulo, Recife e Manaus, prevendo mais de 500 atividades culturais.

Atualmente, o iBT possui cinco projetos aprovados na Rouanet, com um total de R$ 9,7 milhões em captação, consolidando-se como um centro cultural aberto à cidade, com programação gratuita e diversificada.
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