MCTI, CNPq, MEC e Capes aplicam R$ 20 milhões em feiras e exposições científicas.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), divulgou na sexta-feira (29) os resultados da Chamada nº 37/2024, que busca financiar feiras e mostras científicas. O valor total investido foi de R$ 20 milhões.

Essa iniciativa resulta da colaboração entre o MCTI, o Ministério da Educação (MEC), através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes), e o CNPq. Esta é a primeira vez que essas quatro entidades se unem para investir na área.

 “A proposta é assegurar uma política sólida de incentivo a talentos, especialmente jovens na ciência e tecnologia, promovendo a educação científica e a popularização da ciência nas escolas, instituições e regiões de todo o Brasil”, celebra Luana Bonone, coordenadora-geral de Popularização da Ciência e Tecnologia do MCTI.

Com a chamada pública lançada em novembro de 2024, o CNPq recebeu 434 propostas nos âmbitos municipal, estadual, distrital e nacional, assim como de escolas em tempo integral em municípios com até 100 mil habitantes.

De acordo com Thiago Maduro, coordenador do Fórum de Coordenadores de Feiras de Ciências, o número de feiras e mostras científicas tem crescido nos últimos anos, impulsionado por investimentos públicos. “Os alunos mostram cada vez mais interesse em participar, pois as feiras se tornam um grande intercâmbio científico e cultural”, afirmou. Para ele, o verdadeiro prêmio é a chance de participar desses grandes eventos, tanto no Brasil quanto no exterior, através das credenciais obtidas. “Esse formato abrange alunos de municípios do interior, frequentemente negligenciados pelas políticas públicas”, explica Maduro.

Das 345 propostas apresentadas, 12 são de feiras e mostras científicas nacionais, 81 estaduais, 20 voltadas para eventos em escolas de tempo integral e 232 referentes a eventos municipais.

“A chamada, realizada anualmente, ativa o ecossistema de popularização da ciência em todo o país, estimulando feiras em diversos territórios, de forma interiorizada e abrangente. Isso é essencial para atrair jovens talentos para a ciência e tecnologia, incentivando futuras carreiras na área”, destaca Bonone.

A iniciativa objetiva apoiar projetos que favoreçam o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação, além de promover a educação científica no Brasil e valorizar o diálogo e a cultura da paz, respeito e tolerância às diferenças e à liberdade.

Segundo Maduro, as feiras e mostras científicas têm se demonstrado como ambientes cada vez mais democráticos. “Notamos que a maioria dos projetos conta com a participação de meninas, e vários são, inclusive, liderados por elas. Também observamos uma forte representatividade de alunos pretos e pardos, além da presença de indígenas e pessoas com deficiência”, detalha.

O coordenador do fórum ressaltou que, em todos esses contextos sociais, existem projetos premiados. “Isso evidencia que as feiras de ciências não apenas democratizam a divulgação científica, mas também permitem que indivíduos frequentemente excluídos da sociedade apresentem seus talentos e se destaquem.”

Confira quantos projetos foram contemplados por unidade federativa