Foto: Divulgação/Tecnosinos
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está alocando R$ 656 milhões para 57 parques tecnológicos em diversas regiões do Brasil. Esses recursos, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), são disponibilizados através de chamadas públicas da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Essa iniciativa é parte do Programa Nacional de Apoio aos Ambientes de Inovação (PNI) e está alinhada com a Nova Política Industrial, que estabelece metas de inovação e sustentabilidade até 2033.
A proposta abrange tanto parques já em funcionamento quanto aqueles em desenvolvimento, promovendo a conexão entre universidades, empresas e instituições de ciência e tecnologia. Isso estimula o surgimento de soluções tecnológicas e a criação de novos negócios, impactando tanto a esfera regional quanto nacional, com um enfoque na diminuição das desigualdades no acesso ao investimento público.
Para a diretora de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI, Sheila Pires, os parques tecnológicos são fundamentais para a política de inovação do país. Ela ressaltou: “São plataformas essenciais para gerar novos empreendimentos e fortalecer empresas inovadoras”.
Ela também mencionou que esses ambientes promovem uma colaboração efetiva entre governo, setor produtivo e instituições acadêmicas. “Nos parques tecnológicos, há uma oportunidade concreta de integrar a tríplice hélice — governo, empresas e universidades — voltada para avanços em pesquisa, tecnologia e inovação”, completou.
Recentemente inaugurada, a Unitec 4 é a nova unidade do Parque Tecnológico Tecnosinos, localizado em São Leopoldo (RS), e está entre os projetos apoiados por essa política. Com R$ 13,89 milhões em recursos da Finep, essa nova estrutura expande a capacidade do parque e foi projetada para abrigar empresas com até 500 funcionários. O foco está em tecnologias emergentes, inovações aplicadas e na geração de empregos qualificados, e a governança do Tecnosinos é reconhecida nacionalmente pelos impactos positivos em desenvolvimento econômico, inclusão social e sustentabilidade urbana.
Apoio a 57 parques tecnológicos
O investimento total de R$ 656 milhões foi destinado através de duas chamadas públicas:
* Chamada Pública FINEP/FNDCT/Ação Transversal – Parques Tecnológicos – 01/2021: beneficiou 48 propostas, incluindo 32 parques em operação e 16 em implantação, com um aporte de R$ 556,8 milhões, sendo R$ 316 milhões na contratação inicial e R$ 240,8 milhões em suplementação liberada em 2023.
* Chamada Pública FINEP/MCTI/FNDCT – Programas Prioritários – Parques Tecnológicos – 01/2024: destinou R$ 100 milhões a parques localizados em estados com menor acesso a recursos, como Acre, Alagoas, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Nove propostas foram selecionadas e estão em fase de contratação.
Assim, o MCTI oferece apoio direto a 57 parques tecnológicos em todas as regiões do Brasil, estabelecendo uma rede de inovação que tem o potencial de estimular o desenvolvimento regional e a articulação entre ciência, mercado e políticas públicas.
Sheila Pires também destaca que os investimentos já demonstram resultados visíveis para o ecossistema de inovação. “Observamos melhorias na infraestrutura desses ambientes, além da atração de centros de P&D de grandes empresas internacionais e expansão de parques brasileiros para outros países, participando de redes globais de inovação”, afirmou.
De acordo com a diretora, esses parques se destacam pela geração de empregos qualificados. “As empresas nesses ambientes têm uma alta concentração de mestres e doutores, devido à sua intensidade tecnológica”, concluiu.
A inovação como pilar do desenvolvimento
Além do Tecnosinos, outros parques reconhecidos por sua excelência em ciência e tecnologia incluem o Parque Tecnológico da UFRJ (RJ), o Tecnopuc (RS), o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), o Porto Digital (PE) e o Ágora Tech Park (SC), entre outros.
Ao fortalecer a infraestrutura e a capacidade operacional desses ambientes, a política do MCTI não só impulsiona a competitividade do setor produtivo, mas também contribui para posicionar o Brasil como um território estratégico para o avanço em ciência, tecnologia e inovação. Essa é uma atitude concreta em direção a um país mais desenvolvido, sustentável e igualitário.