O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançou, na manhã de terça-feira (19), o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 e o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) em Minas Gerais. A cerimônia aconteceu na Assembleia Legislativa do estado e teve a participação da secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli.
O evento incluiu um debate na Comissão de Agropecuária e Agroindústria, onde foram discutidas iniciativas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover a sustentabilidade na produção de alimentos.
Fernanda Machiaveli destacou os programas federais voltados ao fortalecimento da agricultura familiar, especialmente os avanços do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em Minas. Atualmente, a Região Sudeste conta com 1,9 milhão de contratos, representando um crescimento de 30%. O número de operações no estado subiu de 148 mil para 176 mil em relação à última safra, com um investimento superior a R$ 6,4 bilhões no setor. “Minas Gerais possui uma agricultura familiar vibrante que tem aumentado significativamente os recursos acessados”, afirmou.
Para a safra de 2025/2026, o governo prevê a aplicação de R$ 7,4 bilhões em financiamentos voltados à agricultura familiar mineira. Fernanda destacou os benefícios da linha de crédito do Pronaf B, conhecida como Microcrédito Produtivo ou Agroamigo, que oferece até R$ 51 mil por unidade familiar, facilitando o investimento, especialmente na produção agroecológica.
“Os agricultores podem acessar R$ 20 mil para produção agroecológica, R$ 20 mil para tornar o quintal produtivo, R$ 8 mil para projetos de jovens e R$ 3 mil para instalação de banheiros”, explicou. Os descontos na quitação das parcelas podem chegar a 40%. “Esses descontos são provenientes do Fundo Constitucional, permitindo que as famílias desenvolvam sua base produtiva e superem a pobreza rural, alcançando uma renda superior a R$ 50 mil anuais”, acrescentou.
No evento, a secretária também destacou a criação do Pronara, regulamentado pelo Decreto nº 12.538, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visando ações para a redução do uso de agrotóxicos.
“A nossa missão é orientar os agricultores para o uso adequado de insumos, promovendo a adoção de bioinsumos e transitando para uma agricultura que produza alimentos de qualidade, assegurando saúde e a preservação ambiental”, afirmou.
O programa é coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência e envolve o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Ministério da Saúde (MS), o MDA e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, utilizando mais de 720 mil toneladas anualmente. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o uso desses produtos cause mais de 300 mil mortes anuais globalmente, principalmente por envenenamentos.
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