No último dia 16, a Meta decidiu proibir as contas de várias organizações de mídia ligadas ao governo russo em suas plataformas. Essa medida foi fundamentada no uso de práticas enganosas por essas entidades em operações de influência digital clandestina.
A decisão da gigante da tecnologia ocorre em um período crítico, já que o processo eleitoral para a presidência dos Estados Unidos se aproxima. Nos ciclos eleitorais de 2016 e 2020, a interferência russa nas eleições foi um tema central das discussões políticas.
Dentre as entidades que sofrerão o banimento estão a RT, antiga Russia Today, que é uma rede de televisão financiada pelo governo russo, e a agência de notícias Rossiya Segodnya, além de outros canais estatais. Em um comunicado, a Meta afirmou que a ação foi tomada após uma análise cuidadosa, ampliando assim sua postura contra veículos de comunicação estatais da Rússia, que estão agora banidos globalmente em razão de atividades de interferência.
Essa proibição, que deve ser implementada em breve, impedirá tais organizações de publicar conteúdo, interagir com usuários e acessar outras funcionalidades das plataformas da Meta.
A resposta do Kremlin foi imediata e negativa. Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, declarou que tal decisão prejudica as chances de restabelecer um relacionamento mais construtivo com a empresa. Peskov criticou a Meta, alegando que suas ações seletivas contra a mídia russa são inaceitáveis, conforme reportado pela agência Reuters.
A relação entre a Meta e a Rússia já é tensa, especialmente após a plataforma ter reduzido o alcance das postagens da mídia estatal russa e proibido a veiculação de anúncios. Em 2022, em resposta a essa postura, o governo russo bloqueou o Instagram e o Facebook, rotulando a Meta como uma entidade “extremista”, além de impor multas por não cumprimento de solicitações de remoção de conteúdo considerado ilegal pelo governo.